quarta-feira, 4 de março de 2009

JAZZ NOTURNO

Jazz noturno

Jazz noturno,

A noite escura,

A luz da rua penetra na vidraça,

O frio da noite a embaça,

Desembaraça penetrante o olhar maligno da janela,

A loucura descansa abandonada numa cela,

Cena típica de um romance Noir,

Nada que um abajur não possa iluminar,

Polaroid amarelada num porta-retrato,

Um vestido branco à meia-luz do quarto,

Uma alma vendida,

Atirada, desinibida,

Com uma taça de vinho na mão,

Destilando o aroma com a mais pura intenção,

De sentir dentro do peito,

A falta de um coração,

Um jazz noturno como a contaminar,

O aroma doce de podre no ar,

Eu te pergunto:

- O que será de nós?

Se manchamos todos os lençóis.

Nada importa,

Tanto faz,

Se morremos jovens,

Desfrutando da luxúria e dos pecados mais,

Deixando sangue nas unhas,

Deixando esmalte na pele,

Não deixando histórias pra contar,

Não deixando pistas pra investigar,

Bêbados, ensandecidos, loucos, devorados, imundos,

Fazendo amor com a lâmina de barbear,

Deixando um jazz noturno,

A trilha sonora pro fim do mundo,

Convencidos de que as paredes é que causam a solidão,

Repousando teu corpo no chão,

Com a arma do crime na mão,

Sem assunto pra dialogar,

Sem argumento pra defender,

Eros e Ares,

Um jazz noturno me faz companhia nos bares.

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