sexta-feira, 30 de agosto de 2013

NADA DE NOVO NO FRONTE

Nada de novo no fronte

Quero esperar para beber da tua fonte
Olhar nos teus olhos e alcançar o horizonte
E as histórias que eu quero que ele conte
Ansioso vou cruzar a tua ponte
Ou nadar para não pagar tributo a Caronte
E finalmente eu possa deixar de ser um procarionte
Para com você me tornar esse simbionte
Já que tudo isso está escrito antes do cinodonte
Meu coração está em suas mãos, brinque com ele, monte e desmonte
Faça o nosso amor mais poderoso que o mastodonte
Mais majestoso que os Alpes de Piemonte
E imutável como o Esfenodonte
Venha meu lindo pardal-do-monte
E me deixar morar na tua fonte
Já que por aqui não há nada de novo no fronte.






terça-feira, 27 de agosto de 2013

A GENTE FAZ AMOR NA FILOSOFIA

A gente faz amor na filosofia

Trocamos energia
Trocamos calor
Suor, saliva e fluidos corporais
Até descobrir que já é de dia.

O conhecimento é como o cimento das nossas edificações
Ele é eterno
Ele se mistura as nossas emoções
Até descobrir que já é de dia.

Eu vejo nos teus olhos o infinito mais bonito que há
O longe que eu posso alcançar
A terra, o fogo, a água e o ar
Até descobrir que já é de dia.

Com a luz acesa, nosso jantar sobre a mesa
Sobre os filósofos da natureza
Nossa idade de bronze
Até descobrir que já é de dia.

E que a fúria dos deuses sejam tratadas como quimera
Que é a mera alquimia
Sobre as crenças nossa anarquia
Até descobrir que já é de dia.

Brincar de ciranda na varanda da poesia
Meu corpo sobre o teu
Sou teu ateu no paraíso
Até descobrir que já é de dia.

Se vamos pecar que seja como pecam os cristãos
Que somente a eles cabem os perdões
E que em nossas crenças não há grilhões
Até descobrir que já é de dia.

Até descobrir que já é de dia
Eu, você e a filosofia
Os deuses da nossa mitologia
Até descobrir que já é de dia.


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

2

2

Não cabia tanto amor no meu peito então transbordei em versos
em doses homeopáticas de versos perversos
de veneno e de amor
pois o amor é veneno
que mesmo no frasco mais pequeno
seu efeito há de surgir
e há de deixar marcas na alma
são feridas pequenas
a níveis celulares
e que em todos os lugares
dos nossos corpos
haverá de sangrar
e marcar cada lugar
como se este fosse o nosso lugar
como se perpetuasse a vida eterna para dois
quando os dois corpos atômicos ocuparem o mesmo lugar
nossas mãos que vão a lugares antes desconhecidos
e que caminham estes corpos para lugares hostis
que levam teus desejos para o limbo
como o vento que carrega um nimbo
como se agitasse todas as almas no inferno
como se trouxesse todas outras do umbral
esse amor infernal
que nos leva e traz
pra dormir em paz
na paz de nossas cobertas.

A-COR-DAR

A-cor-dar

Meus pés estão no chão
minha cabeça está nas nuvens
meu cigarro está aceso
nada pode me parar.

Meu coração a milhão
rindo pro cano do 3-oitão
com você a meu lado
vou a qualquer lugar.

Qualquer lugar
é nosso lugar
fazendo de cada rua deserta
na certa o nosso lar.

Pois moramos lado a lado
eu moro dentro de você
você mora dentro de mim
e juntos um só amar.

Quando esse filho nascer
daremos a ele o nome de amor
para que ele nunca esqueça
que ele é a razão de todas as coisas.

Tudo está escrito
como pelas mãos dos sábios
tudo o que há muito foi dito
hoje pra nós tudo é um dia novo.

Não faltam elos nas nossas correntes
estamos presos no nosso equilíbrio
incontestavelmente felizes
pois é incontestável a felicidade.

O amor nos move
nove meses, noves dentro
que doutro ventre de outrora
brote os frutos da aurora.

Meu cigarro está aceso
meu amor está a mil
nossa chama está acesa
e o jantar está na mesa.