quinta-feira, 22 de agosto de 2013

2

2

Não cabia tanto amor no meu peito então transbordei em versos
em doses homeopáticas de versos perversos
de veneno e de amor
pois o amor é veneno
que mesmo no frasco mais pequeno
seu efeito há de surgir
e há de deixar marcas na alma
são feridas pequenas
a níveis celulares
e que em todos os lugares
dos nossos corpos
haverá de sangrar
e marcar cada lugar
como se este fosse o nosso lugar
como se perpetuasse a vida eterna para dois
quando os dois corpos atômicos ocuparem o mesmo lugar
nossas mãos que vão a lugares antes desconhecidos
e que caminham estes corpos para lugares hostis
que levam teus desejos para o limbo
como o vento que carrega um nimbo
como se agitasse todas as almas no inferno
como se trouxesse todas outras do umbral
esse amor infernal
que nos leva e traz
pra dormir em paz
na paz de nossas cobertas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário