domingo, 30 de agosto de 2009

LUTA VÃ

Luta Vã

O que ainda queres tu de mim,
Se tudo já te dei?
Apostei e não ganhei
Já cheguei ao meu fim
Já cheguei ao fundo do poço
Já cheguei ao fundo do copo
Ao fim da linha
Ao último capitulo
Esgotei minhas reservas
Já frustrei todos os meus comparsas
Já matei todos os meus amigos.

Já não tenho dinheiro no banco
Nem balas no revolver
Já fumei meu último cigarro
A minha fonte secou
Já se ouviu o último acorde
Já desfiz o último laço
Já nadei pra morrer na praia.

DOMINATRIX

Dominatrix

Por vezes Dejavú
Uma intenção criminal
Ela muda em mim
Uma punição corporal.

Ela imprime em mim marcas
Sou escrava num bondage
Pago por ser inconstante
O troco é a felicidade.

Quero fugir, mas não quero
Quero morrer, mas não posso
Não antes que ela ordene
Não antes que ela me condene.

A ser sua escrava sexual
Uma herdeira da dor
Sedenta me violenta
Me atenta ao pudor.

Por mim comete pecados
Queria eu cometer
Comer a colcha da cama
Ser tua confidente privê.

Por você serão meus orgasmos
Meus sonhos, minhas fantasias
Meu anjo sadomasô
Meu paraíso de orgias.

Sou tua me devora por dentro
Me condena em teu julgamento
Me bate, me asfixia
Me ama puta vadia.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

MANHÃ BRANCA NA CALÇADA

Manhã Branca na Calçada

Me apego fácil a qualquer uma
A qualquer coisa
Um bom vinho no seu apartamento
Um momento,
Um beijo de despedida
Um obrigado na saída.

Mas nem sempre me acabo
Muitas vezes me guardo
Como quem guarda o troco do pão
Como que guarda o portão
Como que vigia um sono
Como que observa pela janela o outono.

QUANDO VOCÊ SAI DO MSN

Quando você sai do MSN

Pois é
Você foi
E eu fiquei aqui
Deixando os minutos me consumir
Até me sentir um zumbi
E em minha cama cair
Ou cair pra trás
Tanto faz
O tempo se arrasta quando penso em você
Mas quando te tenho o mundo gira
Dá voltas e voltas
E pensamos que ele não saiu do lugar
Minha vontade é te ver
Meu desejo é te encontrar
Pra te acariciar por baixo da blusa
E te ouvir suspirar
Palavras que desconheço
Mas que sei bem o que querem dizer
Minha vontade é te ver
Meu louco desejo
É beijar no teu beijo
É estar dentro de você
Penso em você
Penso em nunca te esquecer
E me esqueci de te esquecer.

sábado, 22 de agosto de 2009

SHOW MADRUGA FEST 4



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sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CONTO DE FADAS

Conto de Fadas

Eu já estive nos braços das fadas
Na cama de rainhas depravadas
Já devi para a bruxa labiosa
Mas a maçã envenenada era saborosa.

Meu começo do “era uma vez”
Minha bárbara história sem fim
Lembranças amigos dragões
Que te aprisionavam de mim.

E quando eu morava em você
Minha vida era a casa de doce
Você consolava o meu pranto
Quando eu não seguia o coelho branco.

Sinto ter que lhe deixar
Mas a carruagem já virou abóbora
Eu sou o cavaleiro negro da morte
Minha vida é testar minha sorte.

Era um conto infantil
Ora se mente La Fontaine
Conto da carochinha
Se mente, mente bem.

Duvidar ninguém se atreve
Um passeio pelo barato
Mas para que essa história seja breve
Me dedico a Branca de Neve.

Era uma vez o Fim.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Você me desconcerta

Me desconecta

Me arrasa

Me destrói

Me usa

Abusa

Me corrompe

Me corrói

Me come

Degusta

Digere

Defeca

Me trai

Me atrai

Me repele

Me fere

Me pega

Me larga

Me ama

Me odeia

Me janta

Me almoça

Me ceia

Me ingere

Vomita

Me prova

Me testa

Reprova

Me alisa

Me amassa

Me solta

Me amarra

Me mata

Me ressucita

Me acolhe

Me abandona

Me trata

Destrata

Me penetra

Me goza dentro

Me erra

Acerta

Me vira

Desvira do avesso

Me embrulha o estômago

Me despreza

Me abomina

Me concebe

Me aborta

Me fortalece

Me fragiliza

Me esclarece

Me questiona

Me gasta a sola do sapato

Me faz de gato e rato

Mas eu gosto.


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ESTÓICO (O MAU MORA EM MIM)

Estóico (o mau mora em mim)

Um copo com whisky sem gelo
Para acolher minh’alma
Para encher o meu peito de dor
Para testar a paciência e a calma.

Eu transo contigo, enlouqueço
Como se estivesse próximo meu fim
Cuspo no teu corpo e esqueço
Que o mau mora em mim.

Te abraço e absorvo teu cheiro
Te sinto ao meu lado dormir
Passo a mão em teu corpo inteiro
E observo esse corpo cair.

Vou te lamber dos pés a cabeça
E incitar em teu corpo um motim
Te lembro para que nunca esqueça
Que o mal mora em mim.

Te lanço um olhar hipnótico
Você cai de joelhos na cama
Um beijo doente e caótico
Odeio a quem mais me ama.

O mau mora em mim
Penso em como será esse fim
Se será trágico ou heróico
Com amor à adversidade
Meu segundo nome é Estóico.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

VULGAR

Vulgar

Eu amo tudo o que é profano
Amo toda heresia
Tudo o que é imoral
Tudo o que é pornografia.

Gosto de tudo o que é erótico
Gosto de tudo o que é vulgar
Três vivas a luxuria
Mil vivas ao gozar.

A viúva ainda espera um orgasmo
Mas não um orgasmo qualquer
Tem que ser bem prolongado
Tem que ser com outra mulher.

DIA DE FÚRIA

Dia de fúria

Eu me tranquei no banheiro
E fiquei lá o dia inteiro
Olhando pro espelho
E lendo Paulo Coelho

Não se preocupe comigo
Cuide de você
Eu ando meio estranho
Eu to querendo morrer

Tomei um porre de cachaça
E botei fogo na casa
Me embriaguei de fumaça
E acordei na calçada

Eu invadi um banco
Com uma arma na mão
Roubei mais de um milhão
Tudo por diversão

Eu provoquei a policia
Só pra testar minha sorte
Roubei um carro forte
Bati de frente num poste

Quebrei meu disco dos Beatles
Fiquei só com o da Yoko
Queimei todos meus livros
Pra ser taxado de louco

Eu tive um dia de fúria
Essa foi minha luxúria
Só pra fugir da rotina
Eu fumei um cigarro encostado num tanque de gasolina.

Só pra ver se eu conseguiria
Só pra ver se eu não morreria
lalalaaaa
O anti-herói

Seu ego está tão alto,
Que pode até morrer,
Se tropeçar e cair.

Eu sou punk do asfalto,
Não gosto de você
E vou embora daqui.

E nós queremos ser lembrados como heróis,
Queremos ser anti-sociais,
Queremos ser como nossos avós,
Mas nunca ser como nossos pais.

E pensa em ser Jesus,
Pra dominar o mundo,
Mas o seu grande erro
É manter a doença de João Paulo II.

Mas perderá sua pose de César,
Pra nadar e morrer no altar,
Querendo se mudar pra Brasília
E quem sabe até ficar por lá.

E pensava em como ser perfeito,
Ser perfeito para mim não é bom,
Mandei fazer uma roupa anti-você,
Uma roupa feita com teflon.

Você não é Jesus
E nem é Chuck Berry,
Não é Matusalém,
Tem chances zero em cem.

Quando morrer eu quero ficar morto,
Não quero ser perfeito,
Não quero ser espírita insatisfeito,
Só quero provar do mata-baratas do qual provou Franz Kafka.

INSÓLITO

Insólito

Nega a realidade
Voa com as asas em chamas
Em crise de identidade
Pra pegar o relâmpago com a mão.

A lâmina é silenciosa
Corta a língua e a garganta
E não dirá mais nada.

A VIDA É UMA PIADA

A vida é uma piada

Eu queria ter palavras bonitas para lhe dizer
Mas eu sou um escroto, e até onde eu sei
Não existem palavras bonitas no meu dicionário
Mas pronome no lugar é uma questão de classe.

Um dia você disse que queria ter um filho meu
Mas você é tão cruel quanto eu
E teve a audácia de furar a tela
E jogar o nosso filho pela janela.

Eu deixei de tentar quando conheci alguém melhor que você
Mas não sei explicar pra você entender
Me ameaçou de morte e disse ser capaz
Foi então que descobri que eu não dormiria em paz.

A gente pode tentar mesmo na cara dura
Ir contra a força da natureza, nadar contra a correnteza
Dar tiro no escuro, assistir de cima do muro
Contra a força não há resistência, é loucura é incoerência.

O amor da minha vida agora dá pra outro

SHOW CAVERNA CLUB

sábado, 8 de agosto de 2009

Uma pequena homenagem a Vitor Morte que assim como eu adora um filminho trash, originalmente estas fazem parte de uma ópera composta por mim e Vitor Morte ainda em conjunto com outras duas NegraRosa de Outono e Camisa de Força que ainda entrarão aqui, El Muerte escreveu um conto onde protagonizam dois personagens ambos inspirados nesta obra, Dr. Floyd (eu hehe) um psicólogo e Vitor Morte um serial killer a beira de um colapso, enfim desfrutem...

A LONGA HISTÓRIA DE VITOR MORTE E SUAS FORMIGAS MUTANTES ASSASSINAS AMESTRADAS

A longa história de Vitor Morte e suas formigas mutantes assassinas amestradas


Espalhava pela casa alguns venenos naturais
E extraia esses venenos de certos animais
Venenos mais humanos que outros declarados
E uma coleção de motores de carros roubados.

Conservava pedaços de gente num congelador
Para alimentar suas plantas carnívoras
Cine trash lindos filmes de horror
E sua religião não pregava o amor.

Penetrou em seu corpo veneno de escorpião
O sangue era o seu melhor combustível
A lista telefônica sua maior obsessão
E a sua paixão era movida a óleo diesel.

Um lança chamas que era herança de seu pai
E uma moto-serra que nunca o trai
Lábios que exalavam prótons congelados
E vendia telefones que já vinham grampeados.

A tua cama falava como se implorasse
Para que eu ocupasse o outro lugar
Milhões de mensagens dizendo que me odiava
Que eu devia cair duro no lugar onde eu estava.

E o meu pão amanhecia
Teu boneco de vodu me fazia companhia

A OUTRA HISTÓRIA DE VITOR MORTE E SEUS CONTATOS COM SEES EXTRATERRESTRES PIROMANÍACOS

A outra história de Vitor Morte e seus contatos com seres extraterrestres piromaníacos

O ódio ressoava através das paredes frias e úmidas
O vento frio cortava as lembranças e congelava os venenos
Muito sincero ele falava sozinho como se acabasse de se conhecer
A lava que escorria de seus olhos diluía como thinner a tinta em frascos pequenos.

Recortes de jornais espalhados pela casa
Fechou as portas e trancou a sua única janela
Dançou sem música lavando com gasolina o quarto
Queimou os documentos importantes e as fotografias dela.

Procurem meu corpo boiando num canal
O fogo te purifica e te leva pro portal
O calor do sol é fogo queimando as roupas no varal
Na noite passada celebramos, fizemos contato de terceiro grau

Queimar é teu karma ó linda chave de ignição
Teu fogo incendiou os bosques casas e plantações
O fogo da tua culpa foi atrás das multidões
E os livrou da ignorância, da cova dos leões.

Enegrecemos o nosso dia
Teu boneco de vodu não mais fazia companhia
O teu corpo de cera n´uma cela de resina
Então procurem minhas cinzas por debaixo das ruínas.

A ASCENSÃO DE VITOR MORTE APO´S PAGAR SUAS DÍVIDAS COM O DIABO HOMEM DE OLHOS VERMELHOS

A ascensão de Vitor Morte após pagar as suas dívidas com o diabo homem de olhos vermelhos.

Fiz-me desaparecer nas asas do engano,
Lutei até entender o que é divino e o que é profano,
Há muitos ratos habitando o meu porão,
Há muito ódio envenenando meu coração.

Te suicidar me faz achar que sou filósofo,
Recordando das vitimas que fiz com as próprias mãos,
Todas as vezes que enfrentei teu solene não,
Ouço mãos tentando abrir o portão.

Santidade diagnosticada,
Esquizofrenia beatificada,
A fé cega e apaixonada,
Das cinzas eu voltei e escrevi uma nova bíblia.

Vi com os olhos que a sociedade funerária vai comer,
Li muitos capítulos pra poder entender,
Vi fiéis na rua em forma de procissão,
Dentro da minha cabeça procurando a solução.

As mulheres carregavam velas e os homens o caixão,
Borboletas necessárias colorindo a estação,
Os fiéis insatisfeitos começavam a oração,
Cansados e sufocados implorando o perdão.

Na hora mais ecumênica do meu dia,
Teu boneco de vodu me abandonava e partia,
Eu tentando o suicídio de uma forma doentia,
Armas eróticas e leve pornografia.

A mente libertava-se da prisão,
Os cacos de vidro não o machucarão,
Imunes a doenças e a tiros de canhão,
Não contentes com os doces de São Cosme e Damião.

Não importa o que for fazer,
Teu pecado vai atrás de você,
Em nome do meu nome santo,
Vi a figura messiânica revestida em um manto.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

FUMANTES DO LADO DE FORA DAS PORTAS DO HOSPITAL

Há um tempo venho ouvindo uma bandinha indie de Birminghan, Inglaterra que me chamou a atenção, com dois albuns lançados, o primeiro é melhor mas o segundo tem uma canção que é muito cacetada, é que acerta a primeira audição, eles me lembram Joy Division (mais do que na cara), e para meu momento melancólico "Smokers outside the hospital doors" do Editors na melhor forma poema.


Tire as vendas dos olhos
Pois seus olhos não podem ver
Agora corra o mais rápido que puder
Através deste campo de árvores


Diga adeus a todos que você sempre conheceu
Você não irá vê-los outra vez

Eu não posso abalar este sentimento que tenho
Minhas mãos sujas que eu estive nas guerras?
A coisa triste que eu tenho visto
Eram fumantes do lado de fora das portas do hospital.


Alguém me leve pra passear
Posso começar outra vez?


Como nós podemos usar nossos sorrisos
Com nossas bocas caladas?
Poruqe você nos fez parar de cantar?


Nós todos mudamos para o que nós éramos
Nossos corações partidos deixados esmagados no chão
Eu não acredito em você se eu não puder te ouvir.




http://www.youtube.com/watch?v=_21MaVnU8oo

ENQUANTO NÃO CHEGAS

Enquanto não chegas


Esperar-te é uma tortura

É uma prisão

Uma doença sem cura

Estou trancado

N’uma cela fria

Estou perdido

N’uma rua escura

Vou me desfazendo pela tarde

Vou sumindo sem fazer alarde

Até estar morto

Até me encontrarem no porto

Até te ter de volta aqui

A cidade parece maior

E vazia

Tudo é cinza

E vazio

Até te escrevi um poema

Coisa que nem faço

Deus, quando isso termina?

Na segunda-feira pela manhã?

Não parece

Parece que a eternidade bate à minha porta

Querendo levar meu corpo

Para um infinito vazio

Estou em chamas

E caindo

Hipnotizado pelas estrelas

Todas desenhando o seu rosto

Ando triste

Como um trovador

Só como uma lagartixa

Numa parede branca

Num imenso mundo branco

Estou em um conto de fadas

Espero meu príncipe encantado

Que irá me acordar

Com um beijo

Para que eu possa massagear tuas costas

Por baixo da blusa

Ou morder tua orelha

Ou tirar tuas mechas

Da frente dos teus olhos

Enquanto falas

Ou prestar atenção nos teus lábios

Enquanto falas

Ou prestar atenção nos teus gestos

Enquanto beijas

Mas enquanto não chegas

Chove.


D.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sem título

Vendo barato ócio e sono
Vendo dedo pra por anel
Dúvidas a quilo
Incertezas a granel.

Amor de puta barato
No cheque ou no cartão
Desgosto a gosto
E metros de rejeição.

Solidão de estimação
Ódio a vácuo puro
Gostoso e solúvel
Doce, amargo ou com castanha-do-pará.

Temos má companhia
De brinde desconfiança.
Tristeza só a unidade
Ciúme e cobrança.

Desgraça alheia é pouca
Temos a pronta entrega
Insatisfação garantida
Ou o seu dinheiro de volta.

PORNÔRAMA

Pornôrama

Transo de Maiakovski e Lita
Ela viu com as mãos
E ainda não acredita
Eu disse sexo, ela quem dita.

De que me vale a paisagem de Elis
Se você não está por cima
Por baixo, mão na cabeça
Pra não perder o juízo
E minhas mãos estão nos teus quadris.

De que me vale a paisagem
Na miragem do cromaquí
A maquiagem gasta
Numa imagem deturpada
Côncava, reflexa,
Que se fecha no íntimo.

Sou teu íncubo
Desenho com os dedos
Por baixo do baby doll
Em tua boca a denúncia
Te revela o âmago
Que faz a volta do anzol.

Sutilmente como um bicho
A última da espécie
Invadirei teu nicho
Ocuparei teus pensamentos
O resto é lixo.

Eu nu no nunca
No limbo
Você cai à cama
E te amarei porra para sempre
Num jogo
Pornôrama.

O TEATRO DA MENTE

O teatro da mente

Depois de uma dose de insanidades,
Cada um quer a liberdade do outro,
Colocaram-me num teatro de variedades,
Minha porta, minha mente e meu molho de chaves.

Recordo de sentimentos postos num museu
E me olho como se me conhecesse.
Hoje vejo calmo pelo olho que é teu,
Vejo teu futuro como se enlouquecesse.

Realmente eu teria tido mais que um instante,
Um ato de desespero, minha condição de símio.
Ficam pasmos e se agridem absurdo fascinante,
Mas uma tranqüilidade que vem tão inquietante.

Necessito de algo que me torne mais humano,
Que me faça estar distante de um olhar assim tão tirano,
Que me faça estar descrente do meu mais novo engano,
Para mim já tanto faz se me vivo sob um pano.

Nada a esconder tudo exposto a luz do dia,
Nem minhas pulgas carinhosas, não me fazem companhia.
Os macacos vêem e fazem como você não fazia,
Liberdade entre quatro paredes de hipocrisia.

Um raciocínio sábio e belo, mas não menos intencional,
Um remédio furioso para um veneno tão mortal,
Sendo mortos e sem visão não é o que queremos,
Me guardei não fiz gestos, nem cálculos obscenos

Um dia pensei em fugir mas não fiz,
Quis apenas enxergar diante de meu novo nariz,
Ou cumprir com as promessas um dia ditas impossíveis,
Sem exageros didáticos ou produtos perecíveis.

ALCOÓLICO

Alcoólico

Até eu não sentir mais meus pés no chão,
Quando tudo o que eu ver for ilusão,
Cada palavra que eu disser for sem razão,
Estarei pronto especialmente para o seu não.

Quando tudo o que eu conseguir for beijar o chão,
Quando eu precisar de um empurrão,
Cair da escada direto para o porão,
Querendo mais do que sexo até então.

Minha alma querendo balançar na imensidão,
Os pilares dos teus olhos não sustentam a escuridão,
Empurrei em minha ferida os dedos da minha mão,
Esperei a minha amiga me livrar da solidão.

O MISTÉRIO DO ANJO DA MORTE

Um poeminha escrito há uns cinco anos

O mistério do anjo da morte


Precisava amar quem lhe matou?
Tudo que morre, morre mesmo,
Mas não é tão serio,
Da janela eu vejo o cemitério.

Se perder por estar perdido,
E morrer por estar ferido,
Você fala e eu simulo inocência,
Esperar nem sempre é paciência.

Bater não é ignorar,
Viver e não lembrar
É o mesmo que forçar
Alguém a te amar.

Admita, fugir não é se defender
E correr não é se esconder,
Eu posso viver por você,
Brincar com fogo é perder.

Jogar comigo é ilusão
Ou é fruto da imaginação,
Eu sei tão bem quanto você,
Que viver de amor é morrer.

Esquecer não é odiar,
Saber não é lembrar
É o mesmo que forçar,
Alguém a te amar.

Já não posso ir alem,
Lembrando de alguém,
Voltar não me fará esquecer o que eu disse,
Ignorar, se ao menos alguém me ouvisse.

Meus olhos já podem dizer
O quanto tudo é difícil
E você já deve saber
O quanto vale um sacrifício.
Ainda sem título

A faca na carne crua
Eu vivo pregado na cruz
Eu cruzo o teu caminho
E você me nega uma luz.

Eu creio no que não existe
E existo por esse existir
Existindo na crença doente
De que um dia estará aqui.

Eu minto para mim mesmo
Dou soco em ponta de faca
Dou facadas cegas no ar
Abro os olhos para não enxergar.

Ora, pois tu já me disseste
Tu és um cafajeste
Tu és desprezível
Deixe-me em paz.

Faço o que tenho que fazer
O que na telha me der
Beibe se não for você
Será outra mulher.

ÍCARO

Ícaro



Meu caro amigo Ícaro,

Agora eu tenho asas

Bastava fechar os olhos

E logo eu não estava mais no chão

E logo eu estaria entre a morte e ressurreição

No Paraíso.



Mas se eu tivesse asas

Asas daria a saudade

Daria adeus a esta cidade

E iria a busca de ti.



Se eu tivesse asas

As daria à imaginação

Asas ao pensamento

Wings to fell so free.



Se eu tivesse asas

Seria passarinho

Construiria-te um ninho

E juntos iríamos morar.



Se eu tivesse asas

Como as tenho agora

Seria um belo pássaro

Preso em tua gaiola.



Se eu tivesse asas

Asas eu te daria

Para muito mais que só um dia

Juntos íamos voar.



Mas se eu tivesse asas

Asas tu não terias

Pois só em meu coração com asas

Tu sobrevoarias.



Se eu tivesse asas

As asas da redenção

Queimaria querosene

Eu seria um avião.



Mas se eu tivesse asas

E fossem asas da loucura

Não haveria mais remédio

E nem doença sem cura.



Se eu tivesse asas

Levaria-te a uma festa no céu

Pré conheceres meus amigos anjos

Lúcifer e Gabriel.



Mas se eu tivesse asas

Asas já não teria

Só em tua presença estaria

Para juntos caminhar.



Se eu tivesse asas

Dançaríamos com as estrelas

Daríamos um beijo na lua

Pra fazer um eclipse solar.



Mas se eu tivesse asas

Te faria um colar de estrelas

Com um pingente de lua minguante

E um diadema de sol.



Pois se eu tivesse asas

Saía voando pela janela

Eu seria como sou

Síndrome de Gabriela.



Mas se eu tivesse asas

Asa Branca, Asa Morena

Não haveria solidão

Nem o tédio que te envenena.



Meu caro amigo Ícaro

Obrigado por me ensinar

Já estou perto do que amo

Já não preciso voar.
O que eu faço embaixo da cama?
Procurando uma boa desculpa
Pra te dizer
Que se não acordei
É porque sonhava com você.

Sorry.

D.

domingo, 2 de agosto de 2009

FLY ME TO THE MOON

esta é uma das canções que eu considero inclasificável, originalmente composta por um gênio do Jazz e um dos meus ídolos Bart Howard, foi regravada por muita gente como Tony Bennett, Peter Jones, Bee Gees, uma versão que é a minha favorita apesar de cafona que é a versão da Paula Toller e a melhor de todas que é do nosso querido capitalista Frank, mas que apesar de tão adorada e regravada o carro-chefe de Howard ainda é insuperável na minha lista de canções inclassificáveis eu resolvi traduzi-la e postar, o porque? ninguém sabe...


Me leve para a lua


Me leve para a lua e me deixe brincar por entre as estrelas
Me deixe ver como é a primavera em Jupiter e Marte
Em outras palavras, pegue minha mão
Em outras palavras, me beije.

Encha meu coração de música e me deixe cantar para sempre mais
voçê é tudo que desejo, tudo que venero e adoro
em outras palavras, seja sincero
em outras palavras, eu te amo.

D.

SE FOI POR TI NÃO SEI

Se foi por ti não sei





O eu ainda queres tu de mim?



Se tudo já te dei



Já cheguei ao meu fim



Apostei e não ganhei



Já cheguei ao fundo do copo



Já cheguei ao fundo do poço



Ao fim da linha



Ao último capítulo



Esgotei minhas reservas



Frustrei meus comparsas



Matei todos os meus amigos



Já não tenho dinheiro no banco



Já não tenho balas no revolver



Fumei meu último cigarro



A fonte secou



O disco furou



Já se ouviu o último acorde



Desfez-se o último laço



Já nadei pra morrer na praia



Se foi por ti não sei.

HINO ANESTESIA-ME SENHOR


À Mallu/Fernanda,

estou tentando morrer, me deixa, sei que depois dessa não conseguirei nada pior mas você ainda é um caminhão cheio Emoticons e minha baixinha favorita (ai me senti a Xuxa agora) liga não logo passa, agora tenho que ir na Yamada compra sabonete...

Hino Anestesia-me Senhor


Anestesia-me Senhor
Que eu cantarei em Teu louvor
Somente a Ti adorarei
Encha-me com teu amor.

Sei que sou Teu escolhido
E que me queres ao Teu lado
Pois sei que santo é o Teu nome
E por Ti sou abençoado.

Senhor me tenha em Tuas mãos
Guia-me no caminho escuro
Livra-me da tentação
Faça meu espírito mais puro.

E quando eu chorar, Senhor
Venha me consolar
Eu fui feito para TI
Só a Ti eu sei amar.

Anestesia-me Senhor
Livrai-me da dor do mundo
O Teu vôo é o mais alto
Teu mergulho mais profundo.

Estando contigo Senhor
Eu serei sempre um vencedor
A Ti me entrego totalmente
Lava-me com Teu Amor.

Tu multiplicas os exércitos
Tu purificas os pecadores
Alimenta-me com Teu pão
Faz vitorioso o coração.

Diante de Ti me curvarei
Serei só Teu, só Teu serei
Por Teu nome clamarei
E ao Reino dos Céus subirei.

Mas Senhor te peço um favor
Faça com carinho, faça com amor
Anestesia-me
Não posso sentir dor.

Senhor eu conheço teu poder
Faz minha alma bailarina
Use bastante vaselina
Passe bastante Xylocaina.