sexta-feira, 7 de agosto de 2009

ENQUANTO NÃO CHEGAS

Enquanto não chegas


Esperar-te é uma tortura

É uma prisão

Uma doença sem cura

Estou trancado

N’uma cela fria

Estou perdido

N’uma rua escura

Vou me desfazendo pela tarde

Vou sumindo sem fazer alarde

Até estar morto

Até me encontrarem no porto

Até te ter de volta aqui

A cidade parece maior

E vazia

Tudo é cinza

E vazio

Até te escrevi um poema

Coisa que nem faço

Deus, quando isso termina?

Na segunda-feira pela manhã?

Não parece

Parece que a eternidade bate à minha porta

Querendo levar meu corpo

Para um infinito vazio

Estou em chamas

E caindo

Hipnotizado pelas estrelas

Todas desenhando o seu rosto

Ando triste

Como um trovador

Só como uma lagartixa

Numa parede branca

Num imenso mundo branco

Estou em um conto de fadas

Espero meu príncipe encantado

Que irá me acordar

Com um beijo

Para que eu possa massagear tuas costas

Por baixo da blusa

Ou morder tua orelha

Ou tirar tuas mechas

Da frente dos teus olhos

Enquanto falas

Ou prestar atenção nos teus lábios

Enquanto falas

Ou prestar atenção nos teus gestos

Enquanto beijas

Mas enquanto não chegas

Chove.


D.


Nenhum comentário:

Postar um comentário