Enquanto não chegas
Esperar-te é uma tortura
É uma prisão
Uma doença sem cura
Estou trancado
N’uma cela fria
Estou perdido
N’uma rua escura
Vou me desfazendo pela tarde
Vou sumindo sem fazer alarde
Até estar morto
Até me encontrarem no porto
Até te ter de volta aqui
A cidade parece maior
E vazia
Tudo é cinza
E vazio
Até te escrevi um poema
Coisa que nem faço
Deus, quando isso termina?
Na segunda-feira pela manhã?
Não parece
Parece que a eternidade bate à minha porta
Querendo levar meu corpo
Para um infinito vazio
Estou em chamas
E caindo
Hipnotizado pelas estrelas
Todas desenhando o seu rosto
Ando triste
Como um trovador
Só como uma lagartixa
Numa parede branca
Num imenso mundo branco
Estou em um conto de fadas
Espero meu príncipe encantado
Que irá me acordar
Com um beijo
Para que eu possa massagear tuas costas
Por baixo da blusa
Ou morder tua orelha
Ou tirar tuas mechas
Da frente dos teus olhos
Enquanto falas
Ou prestar atenção nos teus lábios
Enquanto falas
Ou prestar atenção nos teus gestos
Enquanto beijas
Mas enquanto não chegas
Chove.
D.
Nenhum comentário:
Postar um comentário