terça-feira, 29 de junho de 2010

SEU SUOR É O MELHOR DE VOCÊ

Se existe uma canção que o poeta Fred 04 do Mundo Livre S/A escreveu e que de suma importância é uma belissima poesia é esta, compartilho com vocês as canções que andam me embalando em meus momentos...


Seu suor é o melhor de você


Se você tem muito tempo
Não perde por esperar
Guarde um pouco para mim

Se tem pouco não gaste nada
Não vá desperdiçar
Guarde tudo para mim

Guarde para mim, guarde para mim
Guarde tudo, tudo para mim

Você tá cheia da vida
Logo, logo vai menstruar
Guarde um pouco pra mim

Você quer fuder com o mundo
Basta abrir as pernas
Deixe o resto pra mim

Guarde pra mim, guarde pra mim
Guarde tudo, tudo pra mim

Eu sou o seu demônio
Eu estou vivo em você
Eu quero lhe soltar mas não consigo
Eu sou seu salvador
O melhor de você está comigo

Eu estou em sua pulseira
Em seu relógio
Você é minha glória
Eu sou o seu prazer
Eu estou no seu suor
O melhor de você!
O melhor de você está em mim

Eu vivo em seu suor
(o melhor de você )
O melhor de você vive comigo...
Estou no seu suor o melhor de você
O melhor de você está em mim...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A LENDA DO PÁSSARO NOTURNO

A Lenda Do Pássaro Noturno

Ela vagava pela noite
E assim era uma noite de muitas luzes
E as luzes desenhavam as curvas do seu corpo
Um corpo levado pelo vento
E o vento apenas obedecia ao contorno das ondas dos seus cabelos.

Em uma das mãos uma garrafa de bebida já no fim
Na outra um cigarro que mostrava o caminho até seus lábios
Lábios estes que ela umedecia com a língua
Sensualmente em movimentos circulares
E esses movimentos se assemelhavam a uma dança.

Era a deusa da noite com uma calça colada
E uma blusa com estampa de um rosto conhecido
Blusa esta que pendia um dos lados sobre os ombros
E deixava à vista a alça do sutiã
Uma alça que trazia um detalhe metálico
Metálico como a noite em preto metálico
E um grande colar de contas vermelhas.

Era um anjo caído à espera de um milagre
Era o olhar felino soturno gatuno
Era o pássaro noturno livre como a noite
Era a própria noite tomando conta de tudo
Onipresente como as flechas de prata em raios de luar.

Era a puta esquecida no bar
Num bar que ela própria desconhecia
Assim como eu desconhecia criatura tão bela
E eram para esta beleza que eu dedicava as minhas orações
Orações que me foram atendidas em forma de desejo
E desejava todos os dias aquele beijo
O beijo que eu quis roubar
Apenas com o intuito de me inspirar a escrever mil poemas.


ECOS (ODE À CAVERNA DE PLATÃO)

Ecos (Ode à Caverna de Platão)

Eu andava vislumbrando a minha própria alegoria
Toda luz era motivo para minha alegria
Mas eu era voluntário da minha própria causa
E os ecos voltavam mais fortes quando seguidos de uma pausa.

Teus olhos me fitavam me diziam mil palavras
E o silêncio a seguir era confortável
E era tudo o que me faltava quando eu me calava
Crente de que toda realidade é manipulável.

Teu sorriso tão bonito me libertava dos grilhões
E me fazia recordar por que perdemos as razões
Eu fechava os olhos e era um sentimento bonito
E tudo era palpável no escuro mais bonito.

Embriagado na caverna ninguém pensava em fugir
Todos tinham medo do que poderiam sentir
E fomos condenados e viver em liberdade
A viver em busca da verdadeira verdade.

Hoje o que eu digo são ecos daquelas palavras
E assim faço delas a minha própria razão
Pra sentir o prazer de rir no meio da missa
Pra entender que o mundo não é só ilusão.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

ÉPOCA


Divina canção de Gotan Project fala de meu atual momento...

Época
Eduardo Makaroff / Philippe Cohen Solal / Christoph H. Muller

Se desaparecer
Em mim aparecerá
Pensaram que morreu
Mas aparecerá outra vez
Choveu , parou , choveu
E um rapaz adivinhou
Ouvimos uma voz, e de um boato do tango do lenço branco.

Não eram boas aquelas épocas
Mal eram aqueles tempos
Foi a vinte e cinco anos atrás
E você existia

Não eram boas aquelas épocas
Mal eram aqueles tempos
Foi a vinte e cinco anos atrás
E você existia, sem existir, todavia.

Se desaparecer
Em mim aparecerá
Pensaram que morreu, e aqui nasceu.
Aqui a vida renasce

Não eram boas aquelas épocas
Mal eram aqueles tempos
Foi a vinte e cinco anos atrás
E você existia, sem existir, todavia.

Não eram boas aquelas épocas
Mal eram aqueles tempos
Foi a vinte e cinco anos atrás
E você existia


Época
Eduardo Makaroff / Philippe Cohen Solal / Christoph H. Muller 

Si desapareció
En mi aparecerá
Creyeron que murió
Pero renacerá
Llovió, paró, llovió
Y un chico adivinó
Oímos una voz, y desde un tango
Rumor de pañuelo blanco

No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos existías

No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos existías, sin existir todavía

Si desapareció
En mi aparecerá
Creyeron que murió y aquí se nace
Aquí la vida renace

No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos existías

No eran buenas esas épocas
Malos eran esos aires
Fue hace veinticinco años
Y vos existías, sin existir todavía

Video Gotan Project Época


PRELIMINÈIRES

Preliminèires

ela valoriza os olhares
os abraços e as palavras
os beijos os novos ares
e as mãos sem direção.

são lábios que beijam
que imploram e desejam
um corpo que ajoelha
e pede perdão.

se assim tu celebrares
com vinho e poesia
e gestos peculiares
luxúria e devoção.

percorrendo as preliminares
meus olhos perseguem teu corpo
em versos subliminares
duas fadas no furacão.

minhas mãos puxam teus cabelos
e beijos que arrepiam os pelos
se te xingo não minto
se minha qualquer coisa.

também sou teu
sou teu ateu no paraíso
o que queres que eu seja
o que queres que eu diga
não digas nada, fique calada.



sexta-feira, 18 de junho de 2010

A HISTÓRIA QUE COMEÇA PELO FIM



A história que começa pelo fim

A solidão come no meu prato
você me empresta os talheres
mas hoje eu sei lidar com ela
e sei que todas são iguais
mesmo em mil perfumes de mulheres.

em meu coração de pedra
nunca mais uma outra flor
sinto que outras têm de pagar
com a herança que me deixou
o não-amar, o desamor.

hoje andamos em cada lado
nos encontramos nos mesmos bares
tu tens mil faces, mil perfumes
mas os “ais” são todos iguais
se te instigo as preliminares.

eu ainda lembro os teus reclames
mas hoje está tudo em seu lugar
nem minha desorganização faz sentido
se você não está aqui para reclamar
passei a me organizar.

Como trazer de volta que mandamos embora?
Como chorar?
Como te instigar a sentir minha falta também?
Como esquecer somente o que foi ruim?
Como escrever uma história começando pelo fim?


terça-feira, 15 de junho de 2010

COBRA DE VIDRO

Umas das coisas mais loucas que já ouvi da boca de Chico, depois de "Cala a boca, Bárbara"

Cobra de Vidro
Aos quatro cantos o seu corpo

Partido

Banido

Aos quatro ventos os s
eus quartos

Seus cacos 

De vidro

O seu veneno incomodando

A tua honra

O teu verão

Presta atenção

Aos quatro cantos suas tripas
De graça

De sobra

Aos quatro ventos os seus quartos
Deus cacos

De cobra

O seu veneno arruinando

A tua filha

A plantação

Presta atenção

Aos quatro cantos seus ganidos

Seu grito

Medonho

Aos quatro ventos os seus quartos

Seus cacos

De sonho

O seu veneno temperando

A tua veia 

O teu feijão

Presta atenção.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

VULTO BRANCO

Vulto Branco

Eu noturno no meu ritual intacto e pagão
Você sorrindo meu monstro digno de adoração
É a prova viva de que na natureza tudo se move
Tudo corre como o esperado na contramão
Somos os demônios que vigiam as estrelas
E quando elas não desejam brilhar, chove
Quando vestido eu tive vergonha de ter estado nu na tua presença
Então duvidar é a única certeza que tenho de que você irá fazer
Duvidei da minha crença
Da tua sentença
Antes de qualquer mitologia
Antes mesmo da Babilônia
Eu fechava os olhos mas não dormia
Deitou comigo um vulto branco no quarto
E tive uma longa noite de insônia.

Como se comportar?
Como agir como alguém normal?
Como tornar prazeroso algo que nos foi imposto?
A estranha harmonia entre o bem e o mal
O amor tem um estranho gosto
É uma prisão de algemas douradas
Tolo daquele que acredita em liberdade
Somos as lâmpadas presas aos postes e letreiros
Temos o intuito de iluminar
Neônio, xenônio, eletricidade, intensidade
Um sonho pra quem dorme no balcão do bar.

Estou na presença de um fantasma
Vestido com um lençol branco de densidade intransponível
É a visão de revelação de algo extraordinário
Que nos mostra um meio mais interessante de se viver a existência
É só pintar um quadro e lembrar o local de uma experiência sexual inesquecível
Entre nós não há mais religião
Apenas ciência
Onde tudo é intencional
Não existe mais o acaso
Na natureza nada se procria por acidente
É tudo pré-determinado
É tudo fato
Comprovado
É tudo real.

Eu sou a lenda da minha própria existência
Somos Eros e Ares
Seres antropológicos
A nossa história como a da humanidade nos condena
A ser humanos
Falhos
Em guerra
Pólvora e esperma
Tudo além da compreensão
Somos fantasmas que arrepiam os pêlos
Fecho os olhos pra não vê-los
Mas eles me acariciam os cabelos
Enquanto deito sabendo que não vou dormir
Não na escuridão
Mas sempre na cama da solidão.


"se eu for beijar você aqui, chamariam isso de um ato de terrorismo - então vamos levar nossos revólveres para a cama e acordar a cidade à meia-noite como dois bandidos bêbados celebrando a mensagem do sabor do caos com um tiroteio"

Hakim Bey

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Show Nitro Mamute na Área da Sudan

RAFAEL 233

Rafael 233

quando eu morri
eu fui ao céu
e vi um lindo balé
de anjos com uma asa só
numa coreografia incestuosa
sem sincronismo algum
o balé era ordenado
por um deus
de vértebras
e articulações
oxidadas
que rangiam
enquanto ele orquestrava
balançando seu chicote de fios de cobres
no ar
tentando atrapalhado
por ordem na dança
eu boquiaberto
observava
atento
foi quando
um santo de barro
me estendeu a mão
e me convidou
para tomar chá
com bolo de haxixe
enquanto assistíamos
outro maravilhoso show
onde
centenas de guilhotinas simétricas
decepavam cabeças
e as cabeças rolavam morro abaixo
enchendo um rio com seu sangue
onde crianças brincavam
e gritavam e corriam
“eu sou deus, vou te matar”
e dessas crianças
veio uma garotinha
num vestidinho rosa e sujo
com uma boneca sem cabeça nos braços
e estendeu-me a mão
como quem oferece ajuda a um pobre coitado
e me levou até um jardim
onde havia música e bebida
e todos estavam perdidos
pois eram cegos e surdos
e tateavam no jardim
se esbarrando
tropeçando e caindo
sentamos a uma mesa
havia vinho quente e hóstias
e comi como um cão faminto
bebi como um bêbado
depois caí no sono
e acordei na minha cama
mas não estava totalmente acordado
meus lençóis estavam ensangüentados
mas aquele sangue não era meu
havia uma mulher ao meu lado
morta
e da janela percebi
que estava em um hotel
e eu não sabia o que havia acontecido
nem o que eu fazia lá
foi quando a polícia invadiu o quarto
e me algemaram
eu jurava inocência
fui julgado
condenado
trinta e cinco anos
não durmo a dias
com medo de sonhar
o mesmo sonho de novo.


sexta-feira, 4 de junho de 2010

GUACIARA CALL

Guaciara Call


Existe uma voz na minha cabeça
Uma fada gritando nos meus ouvidos
Ela insiste para que eu esqueça
Ela tem pressa, muita pressa.


Graças a Deus sou ateu
Graças a mim eu sou teu
Graças a Iggy sou teu cachorro
Teu caminhão me atropela, mas não morro.


Eu subo o morro por ti
Lata d’água na cabeça
Lava roupa todo dia
Não te ver é uma agonia.


Bem-te-vi te viu lá, Vileta
Te viu do alto do prédio
Te trouxe até mim a mensagem
Te trouxe até mim.


Quando ninguém tá olhando
Mão na cabeça malandro
Pra não perder o juízo
Pra rever o prejuízo.


Fizemos coisas no escuro
Que só Deus sabe, meu Deus
Só Deus sabe
Mas o diabo é quem duvida.


Ontem à noite eu falei contigo
Minha amada, minha amiga
Um beijo de bons sonhos
Teu amante, teu amigo.