segunda-feira, 28 de junho de 2010

A LENDA DO PÁSSARO NOTURNO

A Lenda Do Pássaro Noturno

Ela vagava pela noite
E assim era uma noite de muitas luzes
E as luzes desenhavam as curvas do seu corpo
Um corpo levado pelo vento
E o vento apenas obedecia ao contorno das ondas dos seus cabelos.

Em uma das mãos uma garrafa de bebida já no fim
Na outra um cigarro que mostrava o caminho até seus lábios
Lábios estes que ela umedecia com a língua
Sensualmente em movimentos circulares
E esses movimentos se assemelhavam a uma dança.

Era a deusa da noite com uma calça colada
E uma blusa com estampa de um rosto conhecido
Blusa esta que pendia um dos lados sobre os ombros
E deixava à vista a alça do sutiã
Uma alça que trazia um detalhe metálico
Metálico como a noite em preto metálico
E um grande colar de contas vermelhas.

Era um anjo caído à espera de um milagre
Era o olhar felino soturno gatuno
Era o pássaro noturno livre como a noite
Era a própria noite tomando conta de tudo
Onipresente como as flechas de prata em raios de luar.

Era a puta esquecida no bar
Num bar que ela própria desconhecia
Assim como eu desconhecia criatura tão bela
E eram para esta beleza que eu dedicava as minhas orações
Orações que me foram atendidas em forma de desejo
E desejava todos os dias aquele beijo
O beijo que eu quis roubar
Apenas com o intuito de me inspirar a escrever mil poemas.


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