Charles Darwin
Um milhão de borboletas deixam teu inferno frio
Queime tuas idéias porque existir é vazio
Quando acordar de manhã, sem calcinha ou sutiã
Sem saber onde está, sexo pra procriar.
Eu moro na cidade, mas prefiro o esgoto
Eu fico lá no ralo só provando o teu gosto
Quando você toma banho despeja amor pelo ralo
Corteja-me com teu sexo depois de ter tido orgasmos múltiplos.
Olha, eu pareço homem, mas sou mesmo um rato
Eu que sumo com o corpo depois do assassinato
Mas nada disso importa o que interessa saber
É que eu faço amor contigo toda noite sem tu perceber.
Eu moro num hotel, eu moro num envelope de papel
Passeio pelo corredor catando calcinhas, atentando ao pudor
Eu sou o anjo vingador, eu sou teu criador
Eu sou Charles Bukowski esperando pra ter orgasmos múltiplos.
Orgasmos múltiplos
Múltiplos de três
Orgasmos múltiplos
Tudo outra vez
Certo, vamos lá.
ResponderExcluirEsse poema revela muito de tuas influências (não só as citadas explicitamente) e suscita vários questionamentos acerca de teu próprio processo de criãção.
A idéia martelante, a dos orgasmos multiplamente múltiplos, nada mais são que as próprias borboletas que invadem o existir do "condenado".
Tem ainda a idéia da repetição cíclica e da farsa sendo declarada para alguém que não a quer entender enquanto fria e pura farsa. E a do maldito onipotente que se vangloria de assim o ser.
E ainda tem a uniformidade de versos em quartetos, mas nem por isso quadrados. Quartetos desmedidos, como só a profundidade dos versos poderiam pedir.
(E eu escrevendo como uma resenhista fazendo sinopse pra site de vendas :p Mas a análise toda significa que gostei muito, viu?)
vc deu um brilho vermelho a minha poesia
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