quinta-feira, 19 de março de 2009

HOMEM DE FERRO

Homem de ferro

Meu peito era blindado
Blindado como um tanque de guerra
Meu coração impenetrável
Indomável como fera
Sentiu hoje um calibre diferente
A doce flecha da vida
Algo que até então era novo pra mim

Eu nem sabia que tinha coração
Desconhecia esta estranha sensação
Eu não sabia que eu podia sangrar
E nem ter lágrimas pra chorar
Desconhecia o medo
Eu não sabia que eu era assim
Desconhecia a criatura que havia em mim.

Tudo em mim era eletrônico
Chegava até a ser irônico
Eu era um lixo tecnológico
Um mal periódico
E me entreguei a você
Me entreguei ao clichê
E me tornei démodé.

Eu era a mais perfeita maquina
O melhor em conceitos técnicos
Acreditava estar pronto pra tudo
Não sonhava nem sentia
Apenas obedecia
Era um marco na tecnologia.

Eu sempre fui homem de ferro
Desconhecia o frio do inverno
Descia sempre ao inferno
Mas despi do meu falso terno
E mergulhei em tua piscina.

E tudo foi belo em beleza bélica
E tudo foi um sonho de menina.

Um comentário:

  1. Homem de Ferro, só um aviso: não enferruje mergulhando na piscina, mas não se livre da armadura só pra não enferrujar...

    Que tipo de flecha atravessa um peito blindado?
    Que óleo sangrará de tuas engrenagens?
    Que lágrimas escorrerão por tua face gelada?
    Tua armadura é demodé, como o é todo esse metal e essa tecnologia.
    Mas o sonho não o é. Pode sonhar à vontade...

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