sexta-feira, 13 de março de 2009

NOITE

Noite

Numa noite de muitas cores,
Sentindo tristeza de outros amores,
Instantâneos, mecânicos de tecnologia japonesa.

O sangue se torna infravermelho,
As flores ultravioleta,
A escuridão da noite cega
E te encontra na sarjeta.

Apaga as luzes dos lares,
Manda tudo pelos ares,
Violenta o som dos bares
E percorre a fiação que leva sangue até a cabeça.

O amor é como as lâmpadas,
Que iluminam mais à noite,
Flores que florescem fluorescentes,
Dando a vida a mentes dormentes.

Há química no teu beijo,
Há ilusão no que vejo,
Sexo e vontade a noite esconde,
Fujo, sem saber pra onde.

Dos cegos,
Olhos cegos que vagueiam,
Percorrendo a rua, quase nua,
Como se desenhasse na calçada as curvas do teu corpo.

A luz do poste ilumina o que devia esconder,
O que meus olhos bêbados não podem ver,
O que minha mente insana e pervertida,
Está indisposta a esquecer.

Ficam cada vez mais vezes,
Com o passar dos anos,
Com o passar dos meses.

A noite vai te corromper,
Vai te levar e te trazer,
Depois vai largar na calçada e te esquecer.

No que difere homens de poetas,
Nos conhecemos muito pouco.

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