Sonho de valsa
Ela ama o pai mais que tudo nesse mundo
Mas com o pai ela não pode fazer tudo o que deseja
Tudo o que sua cabecinha lhe pede pra fazer
E dança a valsa com os anjos, dedos mágicos.
E o irmão incestuoso no buraco da fechadura
Enquanto ela desfila pelo quarto de calcinha
Mas a porta está trancada ele nada pode fazer
A bailarina no banheiro dança valsa e pensa nela.
O pai quando está só chora sobre as fotografias
E revira a poeira da caixa de coisas velhas
Também desfila pelo quarto com as roupas da sua mulher
E valsa vestido de noiva se equilibra na ponta do pé.
O namorado vem aos sábados e passa o fim de semana
E passa a mão na empregada sempre que for necessário
E empregada não reclama ele promete mundos e fundos
Dança a valsa e ajoelha pra rezar crente nessa pobre crença.
É uma família feliz, mas nada falam na mesa de jantar
Por respeito às almas esquecidas no inferno
Por não ter nada mais o que falar
Pois já se conhecem tanto
Se respeitam
E nas suas cabecinhas
Os anjos e os demônios
Dançam valsa sem parar.
Fantástica imaginação!
ResponderExcluirAlgumas passagens me lembraram o poema : Cleide Overpower...outras me lembraram o filme Viridiana, como o caso do vestido de noiva...
E o namorado que vem aos sábados é algo bem recorrente,apenas mudam-se os dias da semana em algumas casas,mas ele sempre vem para marcar presença...
A família realmente se conhece tanto e por isso não tem mais nada o que falar ou não tem mais nada o que falar porque já se conhecem o bastante...tanto faz que essas proposições sejam verdadeiras,ao que tudo indica todo dançam e continuarão dançando a valsa sem parar...