sábado, 8 de maio de 2010

O QUARTO BRANCO

O quarto branco

Duas almas de mãos dadas
Passeando na feira na beira
A beira da loucura da doença sem cura
Da piscina, minha menina.

Condenados à guilhotina, à ressaca matutina
Dor de cabeça esqueça
Esqueça que te procuram por segredos bem guardados
A sete chaves.

Ele estava nu,
Mas não tinha vergonha
Estava como veio ao mundo
Na viagem da cegonha

Ela estava vestida
O que lhe dava autoridade
Mas ambos trancados no quarto branco
Esqueciam da loucura da cidade.

E os anjos cantavam sucessos no rádio
No topo das paradas
Nas colinas nubladas
Gritando aos quatro ventos.

Por que não ser feliz?
Se já apagamos as luzes
Já desarrumamos a cama
E as nossas bocas se desejam.

Então deixa eu te mostrar
Que eu te amo
Que adoro o engano
E que quero te fazer enlouquecer.

Insistir nisso de cão e gato
De chover no molhado
De lutar pelo direito de ir e vir
Sem pudor, só buscando prazer na dor.

3 comentários:

  1. caaara! essa é muito boa me identifiquei com ela ><
    beijos continua postando mais... vc é bom!!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. ...O "Quarto Branco" me remete a mais pura liberdade dos amantes, dos enamorados...dos perdidos...
    Entre quatro paredes tudo deve ser esquecido mesmo, como você disse deve-se esquecer a loucura da cidade,que queimem as chaves...

    A parte que mais gosto e que me identifico por completo é: "Por que não ser feliz?
    Se já apagamos as luzes
    Já desarrumamos a cama
    E as nossas bocas se desejam"...é tudo tão simples e a gente passa a vida toda complicando, quero beber dessa simplicidade também...

    Ahá! talvez essa moça vestida...cheia de autoridade tivesse com medo de enlouquecer, quem sabe a roupa representasse seu último fio de sanidade...

    Beijos meu caro, até o próximo poema!

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