terça-feira, 6 de abril de 2010

EU VI O DR. HOUSE CHORANDO NO JARDIM

Eu vi o Dr. House chorando no jardim

O quê me resta se tudo são flores
E se eu pergunto, elas nada respondem
Eu sei que as sufoco extraindo delas o teu perfume
Tentando dar vida e cor ao concreto cinza

Mas elas resistem como os santos no tempo
Como os sapatos gastos guardados no armário.
Como as armas da guerra guardadas no museu
Como as palavras do profeta
Certa como a fama pós-morte do poeta
Como as lembranças do verão
Como a primeira vez da garota de dezesseis.

E as borboletas que nunca encontram o que procuram
E se encontram vadias de beijo em beijo
Elas amam e desamam e pedem perdão se arrependidas
E estão enclausuradas nessa sensação de liberdade.

A não ser que suma do dia pra noite o jardim
Que Deus mande o fogo da purificação
Que os soldados marchem sobre a grama
Que os palhaços piromaníacos contracenem
Que armem sobre as flores o pão em circo
Que chova ácido ou as lágrimas russas de pão e paz
Que os tratores capitalistas dancem em celebração

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