quarta-feira, 21 de abril de 2010

DESEJO

Desejo

Essa água desejando a sede
Esse remédio desejando a dor
Essa cura desejando o vício
E eu salto desejando o abismo.

A presença desejando a solidão
O descaso desejando o acaso
O simples desejando o complexo
Eu por fim meio sem nexo.

E o corpo desejando a alma
E o desejo desejando o beijo
O silêncio desejando o esporro
Eu longe do chão em cima do morro.

A loucura desejando o são
As nuvens desejando o chão
O sim desejando o não
Eu e a incerteza.

A repulsa e o desejo
O abraço amigo sem beijo
O pão desejando a fome
Eu olhando pro telefone.

O amor
O amor é o desejo de todas as coisas
O amor é todas as coisas
Todas juntas em direções opostas.

4 comentários:

  1. nossa Rafael que poema sensacional!!!
    muito bom mesmo...gostei da sedução que o texto retrata!!!

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  2. Belo poema! Esses constantes quereres e desejos são paradoxais muita das vezes...O cerne da vida da gente é desejar...Acho que eu só mudaria o seguinte: No lugar de O SIM desejando o não...Colocaria O NÃO desejando o sim...
    Abraços grandiloquentes!

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  3. Obrigado lindas e verdadeiras, beijos e beijos

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  4. É o desejo encobre.
    Pro amor mover as coisas!

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