quinta-feira, 30 de julho de 2009

O que eu quero?



O que eu quero está dentro da tua boca



Tua língua



Só quero saber quantos dentes há em sua boca



E se mordes



Quantas estrelas há no céu da sua boca



E se brilham



Eu quero que me empreste o Halls



E se tens coragem



De fazer isso aqui



No meio da rua



Louca eu sei que já estás



Mas se tens coragem



De me contar teus segredos



De atravessar a ponte



O outro e a outra



Sós à margem do absurdo



“Infinitando” a loucura



Alfinetando a serpente



Brincando com fogo



Um pastoreio às cabras-cegas



Ao gemidos sem dor



Aos suspiros



Ao descarrilamento do trem



No beco escuro



No muro



Mãos na cabeça



Dois cegos no escuro dos olhos vendados



O tato



O olfato



O paladar



O prazer de estar vivo



De morrer pra ressuscitar



Ninguém estava lá



Mas todos viram



Eu estava lá



E vivi pra contar a história



A história sem fim



As histórias das almas que vagam perto da meia-noite



De quem dormiu durante a novela



Eu estava bêbado



Ensandecido



Louco



Devorado



E deixei você fazer o que quisesse de mim



Eu olhava nos teus olhos e estavam eles fechados



Mas eu sabia que vias



Eu sabia que era loucura o que fazias



Mas deixei mergulhar



Deixei só pra ver até onde íamos chegar



Se teríamos a coragem de continuar



No meio da rua



Nua



Noir.


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