sábado, 18 de julho de 2009

CLAUSTROFOBIA

Claustrofobia

Estou enclausurado nas entrelinhas das tuas palavras
Estou trancafiado à tua cela
Estou preso entre tuas pernas
Acorrentado aos teus pés
Estou tonto e sem ar
Estou em um frasco de vidro
Num elevador
Estou em um quarto escuro
Numa prisão sem muro.

Estou em tuas mãos
Escorrendo entre os teus dedos
No espaço entre teus dentes
No teu pequeno coração
Estou preso em uma gaiola
Num curral
Num quintal
No bolso
Na solitária
No útero
No ovo
Na caixa de fósforos
No porta-jóias
No porta-luvas.

Ainda assim
O mundo é pequeno pra mim
Maior que tudo é a distância
Entre os corpos
Entre as bocas
Quem sabe isso acabe um dia
Bem vinda ao quarto-sem-companhia
Chamado
Claustrofobia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário