sábado, 4 de setembro de 2010

PASSIONAL

Passional


Ela caminhou a passos largos no assoalho velho da minha cabeça
Embriagada pelas lembranças no escuro procurando seu antigo quarto
Fazendo ranger as velhas tábuas do meu pensamento
Encontrou a cozinha e se alimentou de desejos fora da validade
Depois cuspiu no prato e jogou o mesmo pela janela
Levantou e caminhou até a sala de estar na esperança de se encontrar
Mas ninguém estava lá
Subiu um lance de escadas
Mas morreu no fim do corredor para alimentar os ratos
Porém os ratos nada fizeram, apenas leram as tatuagens dela
Sua alma já observava tudo atenta a todos os detalhes
Fumava um cigarro e procurava pistas para desvendar o seu próprio assassinato
Seu corpo desnudo em minhas mãos serviu de inspiração para os sonhos perdidos
Seu sangue escorrendo pelas frestas serviu de aviso
E misturou o cheiro da antiga ferrugem com a nova
Eu olhava naqueles olhos e eles me falavam em línguas
Não direi que não tenha me excitado com aquela cena única
Era uma bela dama de copas de olhos grandes
De seios pequenos, porém saborosos
De lábios carnudos, porém roxeados
Magra
E eu a imaginava dançando para mim
Cantando a canção que fala do fim
Para que eu pudesse desejar ainda mais aquele corpo no vestido púrpuro
E aquelas mãos que alisavam aquelas pernas que alisavam aqueles cabelos que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina que masturbavam aquela vagina...

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