sábado, 11 de setembro de 2010

ME ALIMENTA

Me alimenta


Ainda não morri somente por tua sede
Ainda admiro tuas fotos na parede
Não consigo jogá-las fora
E a saudade em mim ancora.


És meu mal que não se mede
Minha verdade que não procede.


Ainda estou aqui, pois sou paciente
Sou o teu mais teimoso doente
Por piedade me poupaste a vida
E ainda duvidas da minha dívida?


Tua falta me alimenta
Mas a espera me acalenta
Livra-me da tormenta
Por tudo o que sua imagem em mim representa.


Por toda a saudade que em mim violenta
Ela mora em mim, sedenta
Puxa uma cadeira e senta!
Cospe no cinzeiro teu chicle de menta.


E fala dos anos noventa
Do quanto eras ciumenta
E desatenta
A tudo o que partia de minha mente sonolenta.


Uma saudade me alimenta
Por uma tortura
Sangrenta e lenta
Me alimento de teus passos até o pavimento
Até o firmamento.

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