terça-feira, 21 de setembro de 2010

PARIS DOS AMANTES

Paris dos Amantes


Lá estava ela insandecida pelas palmas e pelas luzes e todos homens ali presente a desejavam despi-la nua
Havia, porém um que lhe comia, mas não aplaudia, pois sabia que no fim da noite ela seria sua
Intrigantes aquelas pernas de meias arrastão de passos de dança eram sexualmente hipnotizantes
Seu vestido vermelho como as anáguas como seus lábios como sua língua se umedeciam
Aquela música inundava o cabaré fazendo de todos os olhares encegueirados.


Era um anjo vindo dos infernos pronto para abraçar a todos com suas asas em chamas
Nem toda a luz do mundo era capaz de ofuscar o brilho daquele brilho naqueles olhos
Ela porem não expressava qualquer reação perante o tão divino ser
E depois dos aplausos finais das fotos para os jornais ele foi até o camarim
E a segurou com tanta força que ela não esboçou reação alguma.


Não trazia flores nem cartas muito menos um poema
Trazia olhos verdes, barba mal feita, jaqueta de couro preta e um cigarro fedorento
Apenas dizia de uma forma fria que ela deveria seguir com ele aquela noite
Ela desta vez hipnotizada foi levada para dentro de um caminhão
E ele dirigiu pela estrada escura rumo a uma noite de perdição.


Pararam na beira da estrada no meio do nada e fizeram amor no caminhão
Nus depois foram pra fora acenderam cigarros beberam vodka
E ela queria que aquela noite não virasse dia a não ser pelo amanhecer do sonho que ela sempre quis
Semana que vem ela estaria num trem rumo à Paris
Mas ele era o homem que habitava em seus sonhos e poderia ser feliz com ele pra sempre.


Na outra semana ela acorda sozinha na cama ele partiu pra outra viagem
Como arrependida ela lembra que poderia ter sido feliz sob as luzes de Paris
Ao invés de esperar ele nunca chegar de outra viagem de outros braços de outras mulheres
E seguiu dessa forma por três longos anos ela ficava em casa lavava e passava
Enquanto ele viajava por todo o mundo, mas nunca a levava sozinha em casa ela sofria.


Até que um dia numa manhã fria recebeu a notícia de um certo estranho que dirigia o caminhão dele
O estranho dizia quem em briga de bar ele havia perdido levado três tiros e morrido
E com todo respeito o estranho trazia como por direito a única coisa que ele havia prometido
Aquele caminhão bruto e triste de faróis compridos que havia abrigado o sono de muitas meretrizes era a sua herança
Ela apenas sorriu o estranho partiu e ela resolveu vender aquele amontoado de metal frio.


E com o dinheiro da herança e se lança num trem rindo como criança rumo ao seu sonho
Com um brilho no olhar como nunca jamais visto antes ela vislumbrou as luzes da Paris dos Amantes
E fez fama e dinheiro rodou o mundo inteiro conheceu tantos homens melhores piores
Tinha seu rosto em cartazes tinha jóias tinha ouro tudo o que sempre quis
Mas nunca foi feliz e morreu numa overdose solitária no seu apartamento ouvindo o som dos Amantes de Paris.

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