quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A MULHER QUE AMA

A mulher que ama


Quando estou na beira do tanque
Lavando os lençóis da noite passada
Eu penso nele
E me arrepio
Quando lembro
Quando ele me morde no pescoço
Me puxa os cabelos e me faz gritar
Me aperta com força
Me faz obedecer
E obedeço
E lhe dou tudo o que tenho
Tudo a ele eu ofereço
Ofegante eu me ajoelho
E ele me dá as marcas do que eu sinto
E nunca minto
Pois ele sabe
Que somente em seus braços eu posso morrer
Se ele me pede para gemer
Ou dizer “eu te amo”
E eu amo
E por teu nome eu chamo
E aperto o lençol entre os dentes
E alucinada
Naqueles músculos de dragões e nomes tatuados
E cicatrizes
Eu deliro
Entorpecida
Eu lembro o dia inteiro
Até ele chegar
Bêbado do bar
E reclamar do jantar
Eu tomo meu banho
Troco os lençóis
E espero ele deitar.







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