terça-feira, 13 de outubro de 2009

A VALSA CIBERNÉTICA

A Valsa Cibernética

Ajude a tecnologia meu amor
Transe com meu computador
Faça nele o filho do progresso
Abra o portal que eu atravesso.

Não me deixe morrer do mal súbito
Pelo execrável vicio que me levará ao óbito
Minha vida é miserável, meu bem
Estou destinado à ferrugem.

Se não me queres
É porque sou máquina
E só como máquina
Podes me querer

Computador meu companheiro
Certo de que ela irá ler
Entregue a ela os poemas
Que escrevo quando estou só no banheiro.

Só tu tens as chaves
Do cárcere desta desdita tecnologia
E és cúmplice da minha penúria em demasia
A ti consagro meu deísmo com deveras tardia.

Somos filhos da ciência
Frutos da inconseqüência
Do descaso do acaso
Os fantasmas do futuro.

Mas se achas que estou,
Sofrendo,
Por teu amor,
Saiba que nem sinto,
Muitas vezes até minto,
Sou um amontoado de chips,
Sou um,
Computador.


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