esta é muito velha nem sei de quando
O senso das coisas
Necessito de mais negações
Pra poder não mais olhar na tua cara
E poder criar coragem
Pra não mais passar na porta da tua casa.
Necessito de mais filosofias
Para a minha triste pobre vida
E preciso de algum Metiolate
Para amenizar a dor da ferida.
Como se isso fosse mudar,
Quando o senso viesse perguntar,
Quanto é o meu salário?
E como eu faço para me sustentar?
Se eu uso minhas pernas,
Elas podem não suportar,
Ou se eu uso as paredes,
Pra poder me apoiar.
Necessito saber mais
Qual é o meu nível mental
E agora eu quero mais
De alteradores do que eu chamo de real.
Eu preciso amar as pessoas
Como se não houvesse o amanhã,
Eu preciso dormir cedo
Pra quem sabe trabalhar de manhã.
Preciso ver TV
Pra quem sabe me alienar,
Pra poder saber
Que cigarros me obrigarão a fumar.
Necessito de comida light
Pra poder não engordar
Os venenos enlatados
E cinco metros de corda para eu me enforcar.
Ei Rarael estou encaminhando esse convite por aqui porque não encontrei outra forma de te encontrar... Abço.
ResponderExcluirCaros colegas,
Tenho o prazer de convidá-los para a próxima montagem da Cia. de Teatro Em Cores: o musical SOBRE VOAR (título provisório). Pretendo primar por um processo colaborativo como horizonte de criação, enfatizando a participação interativa e as contribuições individuais, tendo em vista o interesse coletivo.
Sobre Voar é baseado no curta-metragem de animação paraense "O Menino Urubu". Conta a história de uma criança abandonada no lixão do Aurá, que é criada por um casal de urubus. Quando percebe que não pode voar, e se dá conta de sua real natureza, Carniça, o "menino-urubu", se aventurará no mundo dos homens. Descobrirá o quanto esse mundo pode ser cruel, e "aprisionante". No final de tudo, ele "morre", levantando, enfim, vôo.
Pretendo ir muito além do enredo; não falaremos somente da história de Carniça e dos urubus; falaremos do ser humano. Falaremos da criança que se permite voar, e relativizaremos os preconceitos existentes na sociedade contra determinados tipos de pessoas ou de culturas. Os urubus, aqui, materializam as vítimas da opressão cotidiana; e o lixo de que falamos é também o que muitos ignoram enquanto cultura. Os urubus materializarão as prostitutas, os idosos, os viciados, as travestis, os deficientes, os artistas de rua, e outros indivíduos comuns. O lixão materializará o tecnobrega, o StreetDance, a macumba, o funk e outros ritmos negros.
O objetivo é construir um coro heterogêneo e forte de urubus, que se apresentarão como uma galera divertida, unida, talentosa, e "do bem". Haverão os urubus cantores (que serão os narradores), os urubus dançarinos, rappers, djs, skatistas, etc. Observem que há, aqui, um horizonte imenso de possibilidades de criação de personagens. Desse modo, quero trabalhar com atores que tenham o poder e a liberdade de propor problemas e soluções interessantes à direção.
Esse poder de "liberdade" é, justamente, a mensagem que esses urubus carregam consigo. Eles têm coragem de voar, de serem livres, e tentarão, a todo momento, contaminar Carniça - e, por que não?, a platéia - com isso. Ajudarão o menino-urubu a voar, até o fim.
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O processo de montagem propriamente dita terá início só em fevereiro de 2010; mas a coisa começará a ser construída num processo anterior, que se inicia no próximo domingo. Trata-se do que eu chamo de Seminário do Em Cores, que será um espaço de 5 domingos em que o grupo se abrirá para a entrada de outros integrantes (com experiência em teatro ou não), para um momento de aprimoramento, estudos sobre métodos teatrais, jogos, debates, etc. Durante esses cinco domingos, grande parte do que for passado já será, de certa forma, direcionado para a montagem de "Sobre Voar".
Detalhando a programação: Serão os seguintes dias: 22 e 29 de novembro; 6, 13 e 20 de dezembro. Se vocês toparem, nos encontraremos na UNAFISCO (endereço no final do e-mail), no próximo domingo, às 14h.
Previsão de programação:
14h
Apresentação de todos
14h30
Atividade de integração
15h
Discussão
16h
Palestra com debate
17h30
Jogo teatral
É isso, galera. Ficarei muito feliz se puder contar com vocês. Beijos!
Haroldo França
Cia. de Teatro Em Cores
(91)8174-7252