Meu nome é Arnaldo Antunes
Num canto solitário
Um solitário ser
Tentando solitário
Não solitário ser.
O olho vê
O olho no espelho ver
O mesmo olho
Não olhar de volta.
O preso liberto
Está preso
Na prisão aberta
Da própria liberdade.
Tento escutar
O queres dizer
Dizendo o que quero
Sem te entender.
Corro de lugar algum
Pra lugar nenhum
Sem saber
Se quero mesmo chegar.
A luz ilumina
A lâmina iluminada
Pela luz
Que a ilumina.
A bola quando rola
Dá voltas
E voltas em torno
Do seu próprio eixo.
Superficialmente
O super-herói
Supera
O arquiinimigo.
Ligo pra você
Na certeza
De que quando eu ligar
Você vai atender.
A fé move montanhas
Pois se não move
A fé se move
Até a montanha.
A fome devora
Deveras fome
De feras
Insaciáveis.
Beija o beijo
Na boca fecha
E durante o beijo
Não entra mosquito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário