segunda-feira, 5 de outubro de 2009

MEU NOME É ARNALDO ANTUNES

Meu nome é Arnaldo Antunes

Num canto solitário
Um solitário ser
Tentando solitário
Não solitário ser.

O olho vê
O olho no espelho ver
O mesmo olho
Não olhar de volta.

O preso liberto
Está preso
Na prisão aberta
Da própria liberdade.

Tento escutar
O queres dizer
Dizendo o que quero
Sem te entender.

Corro de lugar algum
Pra lugar nenhum
Sem saber
Se quero mesmo chegar.

A luz ilumina
A lâmina iluminada
Pela luz
Que a ilumina.

A bola quando rola
Dá voltas
E voltas em torno
Do seu próprio eixo.

Superficialmente
O super-herói
Supera
O arquiinimigo.

Ligo pra você
Na certeza
De que quando eu ligar
Você vai atender.

A fé move montanhas
Pois se não move
A fé se move
Até a montanha.

A fome devora
Deveras fome
De feras
Insaciáveis.

Beija o beijo
Na boca fecha
E durante o beijo
Não entra mosquito.

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