segunda-feira, 14 de setembro de 2009

SONETO DO ÓDIO ETERNO

Desculpe Vinícius, estava lê-lo novamente (300 anos depois) e não pude conter-me...




Soneto do Ódio Eterno

Rafael Oliveira


De tudo ao meu amor serei desprezível
Depois, descuidado, e nunca, e pouco
Que mesmo em face do maior desgosto
Que o torne este ainda mais destrutível.

Quero fazer dele um vão momento
E em teu horror hei de espalhar meu manto
E rir meu riso e derramar teu pranto
Ao seu pesar e seu descontentamento.

E assim, alegremente te procurou
A dor, a morte, a angústia que em ti cultivei
Quem sabe a solidão, fim de quem morreu

Eu possa lhe dizer do ódio (que criei):
Que em ti foi tão mortal, ninguém te socorreu
Mas que assim foi infinito enquanto durou.


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