sábado, 26 de setembro de 2009

AÇÚCAR

Açúcar

Ela não é tão doce quanto parece
Mas ela gosta de fazer devagar
Gosta de ficar por cima
E se fazer de vítima.

É fácil gostar do mel
É fácil tocar o céu
Da boca quando adoça a língua lembrando os prazeres que se foram
Quando encosta os dentes onde eles jamais estiveram.

Geralmente eu falo
Quando eu não me calo
Quando não me fazes pequeno
A ponto de descer pelo ralo.

Quando teus gemidos quebram o silêncio
Fazendo as palavras terem gosto
No escuro o toque doce e ardente no teu rosto
Tentando calar a tua boca, pois incomodarás os vizinhos.

Agora minta na minha cara
Diga que teu doce veneno não é meu vício
É o próximo passo que eu darei
Em direção ao precipício.

Abro as portas para que você possa entrar
Na amargura do meu ocioso lar
Que você irá soprar e derrubar como o vento
Se eu não gozar dentro.

Então trocaremos
Saliva e suor
Sangue e mel
Pra pintar de vermelho o infinito do céu.

Com açúcar
Com afeto
Com tinta Sulvinil.



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