terça-feira, 22 de setembro de 2009

ABSTINÊNCIA

Abstinência


A abstinência é o excesso do nada

É o acesso impermitido para lugar algum

É sem discutir não chegar a um senso comum

É não querer nada e não ter nenhum

É a causa do porque de não saber

É o não saber e o não poder explicar

É o não querer e o não poder entender

É o perto que não dá pra alcançar

É o longe que dá pra chegar

É o escuro onde dá pra enxergar

É o vazio impreenchido

É o estorvo que acalma

É o nada boiando numa piscina vazia

Nadando no nada

Nada

A abstinência nada em mim

Me faz começar pelo fim

Me faz rir de mim mesmo sem graça

Me faz cócegas numa cama de pregos

Mas não me machuca

Por que passa.

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