Abstinência
A abstinência é o excesso do nada
É o acesso impermitido para lugar algum
É sem discutir não chegar a um senso comum
É não querer nada e não ter nenhum
É a causa do porque de não saber
É o não saber e o não poder explicar
É o não querer e o não poder entender
É o perto que não dá pra alcançar
É o longe que dá pra chegar
É o escuro onde dá pra enxergar
É o vazio impreenchido
É o estorvo que acalma
É o nada boiando numa piscina vazia
Nadando no nada
Nada
A abstinência nada em mim
Me faz começar pelo fim
Me faz rir de mim mesmo sem graça
Me faz cócegas numa cama de pregos
Mas não me machuca
Por que passa.
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