terça-feira, 23 de março de 2010

CORPO ESTRANHO

Corpo Estranho

Não te estranhas acordares toda manhã nas entranhas do pesadelo
Não te surpreendes ao deitares com o desprazer toda noite
Ainda há tempo de pedires teu dinheiro de volta e pagares o colégio
Ou usar de tua mente ainda pura para tal benfeitoria.

Apesar de não saberes sei de ti e tento quase sempre não saber
Mas tão falada és tu que é impossível não perceber
Já se sabem que cobras um valor superior as outras
E que de curiosidade matas a todos que assim não podem te ter.

Dizem que tua voz arrepia até o mais soturno dos seres
E que teus gemidos enlouquecem até o mais são dos sãos
Que em teu corpo guardas as entradas para os portões do Olimpo
E dizem que teus beijos são as aves noturnas dos sonhos impossíveis.

Sei que já tivestes todos os homens aos teus pés e eles por ti ainda choram
Que transformaste até o maior dos tiranos imperadores em teu escravo
Que é a rainha suprema dos prazeres ocultos e das traições
Que és o mau maior dentre todos antes pelo homem presenciado.

Assim a beleza em teu corpo foi prisioneira
E o veneno em teus lábios foi sepultado
E o perfume das flores nasce de teu corpo
E de tua alma livre voa como a rapina suprema
E que essa esquina tão suja e escura esconde
Quando eu não tenho pra onde fir
Serei mais um corpo estranho
Olhando-te da cama ao banho
Sem lembrar-se do que aconteceu.

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