quarta-feira, 17 de março de 2010

23

23

Ontem deitamos o tempo e eu na mesma cama
Ele sem escrúpulos abusou sexualmente da minha bondade
Não rejeitei, não gritei, não fiz drama
Me usou, abusou até saciar a sua vontade.

Ele fez tudo, até o que eu não queria fazer
Me virava, revirava, me mordia, eu gemia
Eu era uma puta, uma vagabunda, uma vadia
O tempo passava e a cada segundo eu morria.

Nesse balé incestuoso ainda tentei encontrar prazer
Mas o tempo não espera, o tempo é dinheiro, não gozei no fim
O tempo não me deu nem tempo pra entender
O tempo é um carrasco, maldito palhaço rindo de mim.
(Eu sou a Geni e o tempo o comandante do Zeppelin)

Depois o tempo cansado, virou para o lado, para dormir
Me diga querido, eu sou seu amigo, foi bom pra você?
Ele disse, sim, não ligue pra mim, não queira insistir
Sentado na cama acendi um cigarro, pra desparecer.

O tempo passou e pela manhã acordei sozinho
A porta entreaberta, eu fora das cobertas no frio a morrer
Ela já tinha ido, roubou meu dinheiro, meus discos e me deixou um bilhetinho
Feliz aniversário, bom dia otário, parabéns pra você.

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