sexta-feira, 5 de junho de 2009

ROTINA

Rotina

Cumprindo pena num esquife de gelo,
Amor eu juro é melhor não tê-lo,
Tive problemas pelo seu horário,
Bate cartão e cumpre o itinerário.

A Celpa veio e me cortou Jesus
E Pedro nega sempre a mesma luz.
Durmo até tarde em primeiro de maio,
O feriado é o dia do trabalho.

Acordo, sono e cara lambida,
Algum remédio pra dor de barriga.
E me levanto não da minha cama,
Estou sem tempo de brincar na lama.

O radio insiste em me avisar,
Que chuva farta é o que não vai faltar.
E tomo um banho para me espertar
E ouço um rock para relaxar.

E eles querem que eu corte o cabelo,
Que o que é bom é uísque com gelo,
Programa bom é o da padaria,
TV de cão e o filme repetia.

Sinto-me estranho e entro no banheiro,
É assim sempre é sempre o dia inteiro
Tento entender, mas bem que eu não queria,
Tento esquecer e o pão amanhecia.

Quando recebo já no fim da tarde
E o salário vem pela metade,
Já me descontam lenço de papel,
Eu vou vender minha vaga no céu.

Se me distraio sou um desastrado,
Tenho um trabalho para compulsivo
E pago contas muito indignado,
Não me pergunte como eu consigo

E vou levando a vida tão normal,
Tem sabonete, tem creme dental.
Ela quer ir e eu querendo mais,
A vida passa e vou correndo atrás.

Devia ter a vida como a dela
E só sonhar as coisas da novela,
Mantendo sempre um sorriso Colgate,
Eu a deixo antes que ela me mate.

E todo dia é sempre uma intriga,
O seu amor não enche minha barriga,
Ela me diz que estou exaltado,
Mas que droga só estou cansado.

É assim sempre é sempre o dia inteiro,
Chegando em casa eu entro no banheiro.
Então me lembro olhando no espelho,
Que o travesseiro é que é meu companheiro.

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