quinta-feira, 18 de junho de 2009

JUDAS

Judas

Quando tu foste embora
Falando coisas absurdas,
Senti-me meio traído,
Mas traindo como Judas,
Mas justo naquele dia,
Todas as pessoas estavam mudas
E aceitei que elas,
Que elas também estivessem surdas.

Quando bateu a fissura
O cigarro já havia acabado,
Eu me encontrava na rua
Com um corpo todo molhado,
A chuva da tarde já havia passado,
Mas eu ainda me sentia
Completamente sufocado.

Eu não quis duvidar
Do fio do teu machado
E nem discordar
Do poder do teu chamado,
Agora a cruz que carrego
É um fardo pesado,
E pra me livrar do pecado
Deste-me cordas e me viu enforcado.

Beija-me Judas
Com tua boca cheia de cáries
Com teu bisturi asséptico
Dê-me males
Dê-me Nietzsche
Dê-me um beijo na boca agora
Cala a boca Chico Buarque,
Gostaria de passear no meu arraial
No meu parque
No meu quintal.

POR QUE NÃO MUDAS?
Ou traia como Judas

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