segunda-feira, 29 de julho de 2013

UMA CHUVA DE TUBARÕES NO PARQUE DOS FLAMBOYANTS


Uma chuva de tubarões no parque dos flamboyants

A cidade se desmancha em pétalas
Como se fosse consumida até sumir
A cidade vai te consumir
Vai te mastigar e depois te cuspir.

A noite vai te levar de mim
Depois te trazer bêbada no fim
Depois de te deitar em tantos outros divãs
Pra assistir a chuva de tubarões no parque dos flamboyants.

Violência a céu aberto
Um tiro certo, uma pedra no meio do lago
A borboleta bate as asas e incita um furacão
Tanta destruição justificada pela explosão de uma bolha de sabão.

Flores nascendo no asfalto
Lágrimas sobre as folhas de concreto
Pra onde marcham as tropas alemãs?
Pra assistir a chuva de tubarões no parque dos flamboyants.

A cidade é um organismo vivo
Que se move lentamente
E ficamos imóveis como os móveis
Observando, imaginado o que respira os automóveis.


Nenhum comentário:

Postar um comentário