segunda-feira, 1 de julho de 2013

DENIAL

Denial

Preciso vomitar estas borboletas que me socam o estomago
Despejar estes macacos que me habitam o sótão
E estes ratos que me invadem o porão
Essa sensação de estar num sonho de menininha
Apaixonado outra vez, outro amor impossível.

Vou te escrevendo poemas até chegar lá
E desviar meu olhar pra você não perceber
Que cada sorriso do seu rosto
Cada brilho, cada olhar, mesmo que não seja pra mim
Me faz feliz mesmo assim.

São essas intempéries que me fazem querer as coisas
Só quero as coisas que não estão lá
O perigo, o impossível me atrai
Tudo em você como o magnetismo das eras
Meu peito se arranha por dentro como por um milhão de feras.

Seu silêncio absurdo e bonito me aflige
E mistifica ainda mais minha vontade de te ter
Sua calma transparente, insípida, imóvel
Me ataca como se em minha cabeça detonassem bombas atômicas
Você é mulher biônica das minhas paixões platônicas.

Quando você diz que vai meus dois olhos verdes querem te seguir
Como dois faróis verdes iluminando as pegadas deixadas pra que eu não perca o teu caminho
Eu posso seguir sozinho, mas você vai em mim, mesmo que eu não vá em você
Vou te levar em meus pensamentos por mais distantes que sejam
Por mais absurdos, por mais loucas que sejam as minhas vontades.

Eu queria te chegar com flores e de joelhos pedir: - Aceita minha loucura?
Mas isso é tão bonito e eu não sei fazer parte de uma coisa tão pura
Eu sou o discípulo da destruição, o demônio da bagunça
Se eu entrar na sua vida vou bagunçar, vou te fazer sentir o que sinto
E seremos dois loucos no carrossel, bebendo o sangue da batalha como se fosse vinho tinto.

Você, minha flor biônica a muralha mais impenetrável das muralhas impenetráveis que penetrei
Me deixa “singing silly love songs”, abestalhado, olhando o nada, falando grego com a minha própria cabeça
Mesmo que eu fale a noite inteira com você entre nós sempre haverá um silêncio
O silêncio das coisas não ditas que ficam entre nós

E mesmo que eu grite por dentro, tudo o que recebo é o eco da minha própria voz.

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