Não cabe em mim
Não cabe a mim discernir sobre fantasia
Não cabe a mim fantasiar
Não me tornarei uma ilha para teu refúgio
Para teu subterfúgio
Para teu frágil naufrágio em calmo mar.
Não jogarei teu nome ao vento
Sem o teu consentimento
Não sou um simples momento
Eu sou o vento que mesmo brando, que mesmo lento
Estou em constante movimento.
Não tornarei a te escrever um poema
Não és mais o meu tema
Não sonho mais com teus beijos de cinema
E minha bandeira, meu lema
É para que eu nada tema.
Não mais me questionarei sobre as dúvidas
Nada mais me atormentará
E mesmo que eu navegue na tormenta
Eu sou aquele que nada, aquele que tenta
Mesmo sabendo que o monstro do mar da dúvida me engolirá.
Sei que trago comigo a doença da verdade
E que a verdade me sucumbirá
Mas por entre os escombros que respiro
Subirei nos ombros do vampiro a quem expiro
E minha verdade se levantará.
Não cabe em mim doutrinas astrológicas
Só me visto de viagens antropológicas
A cidade que me devora de dentro pra fora
As noites e as companhias vadias das horas
Em cada solstício me reviverá.
Não cabe a mim entender de meu fim
Minha história começa antes de mim
Minha parte nesse livro é o capitulo final
É narrada a história da minha morte imortal
Com clarins, bandolins, tamborins, eu só aceito assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário