Eu sou aquele velho caminhão
carregados de pedras na estrada esburacada do seu coração
Eu já estive em paz
Já estive longe das notícias dos
jornais
Mesmo morando em Belém uma cidade
violenta
Eu estava aqui na época das
gangues nos anos 90.
Eu já tomei coca-cola
E já cheguei a achar que eu era o
dono da bola
E já tive alguém que tomou conta
de mim, da minha cabeça e coração
Que me fazia companhia quando eu
deitava na escuridão.
Mesmo presente em teu quarto
Tua presença era um deserto
Eu estava certo
Você não estava perto, você não
estava lá.
E eu ficava desesperado
De tanto esperar
Li e reli as cartas que escrevi
pra você
E que nunca vou mandar.
Um super homem superficial
Eu te falava de amor, mas meu
amor pra você era banal
E me assustava com suas atitudes
tão modernas
Eu tinha ideias pro futuro, mas
ainda vivia nas cavernas.
Como uma ferida
Depois de um tempo eu percebi que
a nicotina não fazia sentido em minha vida
A não ser, quando você ia embora
de hora em hora
E que deixava suas palavras
machucando e levava os beijos da boca pra fora.
Eu estou vivo por enquanto
Ainda posso reclamar, para teu
espanto
Mas estou afundado numa cama
Olhando as telhas de amianto.
Nem 1000° Celsius podem me
extinguir
Eu sou a chama da bomba
incendiária
Eu sou o tempo, ácidos corrosivos
Eu sou um trem carregado de
explosivos.
Você não quis mas eu quero
Me chama pelo nome de Nero
Eu sou aquele velho caminhão
Carregado de pedras na estrada
esburacada do seu coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário