quinta-feira, 18 de julho de 2013

EU SOU AQUELE VELHO CAMINHÃO CARREGADO DE PEDRAS NA ESTRADA ESBURACADA DO SEU CORAÇÃO

Eu sou aquele velho caminhão carregados de pedras na estrada esburacada do seu coração

Eu já estive em paz
Já estive longe das notícias dos jornais
Mesmo morando em Belém uma cidade violenta
Eu estava aqui na época das gangues nos anos 90.

Eu já tomei coca-cola
E já cheguei a achar que eu era o dono da bola
E já tive alguém que tomou conta de mim, da minha cabeça e coração
Que me fazia companhia quando eu deitava na escuridão.

Mesmo presente em teu quarto
Tua presença era um deserto
Eu estava certo
Você não estava perto, você não estava lá.

E eu ficava desesperado
De tanto esperar
Li e reli as cartas que escrevi pra você
E que nunca vou mandar.

Um super homem superficial
Eu te falava de amor, mas meu amor pra você era banal
E me assustava com suas atitudes tão modernas
Eu tinha ideias pro futuro, mas ainda vivia nas cavernas.

Como uma ferida
Depois de um tempo eu percebi que a nicotina não fazia sentido em minha vida
A não ser, quando você ia embora de hora em hora
E que deixava suas palavras machucando e levava os beijos da boca pra fora.

Eu estou vivo por enquanto
Ainda posso reclamar, para teu espanto
Mas estou afundado numa cama
Olhando as telhas de amianto.

Nem 1000° Celsius podem me extinguir
Eu sou a chama da bomba incendiária
Eu sou o tempo, ácidos corrosivos
Eu sou um trem carregado de explosivos.

Você não quis mas eu quero
Me chama pelo nome de Nero
Eu sou aquele velho caminhão

Carregado de pedras na estrada esburacada do seu coração.

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