terça-feira, 23 de abril de 2013

INCONSEQUENTEMENTE


Inconsequentemente

Inconsequentemente teus desejos me atacam quando meu olhar te hipnotiza a se despir pra mim
Inconsequentemente dois poetas se amam em consequência de não haver um amanhã
Inconsequentemente ambos pensam não haver para seus desejos um fim
Mesmo que esse infinito desejo lhes atormente trazendo o sol dando em suas caras pela manhã.

O que penetra nesses corpos são luzes que alimentam o desejo involuntário infinito de se desejar
Mesmo que pecadores seus pecados hão de vir à tona e a justiça divina há de os condenar
Mas são dois inconsequentes abstratos absolvidos pelo fator de domínio da arte se amar
E vomitando flores no azulejo praguejando contra o azul insípido daquele céu que interrompeu o negro da sua noite impar.

São dois corpos mergulhados naufragados afundados a deriva no mar de fogo das almas impuras
São crianças brincado ao fim da tarde na curiosidade de suas mentes puras
Figuras peças porcelanas o limiar entre se admirar e se devorar
Exalando rosas ácidas de seus corpos infantis e desnudos a se tocar.

Inconsequentemente o que fazem é música e música está acima de qualquer lugar
Em consequência de sua nudez a valsa que valsam é o alivio daqueles a vagar
Maior que as canções que os deuses tocam que se tocam e se masturbam
Esperma e fogo pólvora e carícias compõem a mais bela canção de ninar.

Com ou sem quente mentem inconsequentes mentem em consequência numa sequência quase que vulgar
Ela vai gozar da carne dele ele vai morder e mastigar os seios dela numa bela expressão de amar
E nunca mais se ouvirá melodia tão mais bela que os gemidos eternos que ecoam do quarto até a sala de jantar
E assim ficarão até que o infinito os devore que os sangrem que os matem e que os faça ressucitar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário