quinta-feira, 18 de abril de 2013

A MALA


A mala

O que faço com cada passo
apresso o passo num laço
que aperta o calo
quando me calo perante a ti
se só trago comigo meu maço de cigarros
que em cada trago te trago pra perto de mim
mas meu coração é aeroporto
que num passo torto
te samba uma ilusão
teu samba do avião
aperto a mala nos meus braços
como se teus braços em abraços
nunca irão de partir
de partir sem beijos
sem jeitos eficazes de dizer
o quanto esperei você
que cachoeiras brotaram de meus olhos
ao ver a luz de teus olhos
sumir depois da curva
sei que trazes para mim a mala
para que ama-la eu possa
não só de lembranças
mas de presenças
e que cada sentença
se mostre justa
para aqueles que amam
assim como irei ama-la
quando em meus braços de abraços
repousares de tuas infindáveis viagens
que em cada porto
mesmo morto
meu sorriso esteja em sua memória
que em cada passo
seja um compasso
desenhando a nossa história
para aquele que chega
que possua a mala
e que possa ama-la
possua um pouco de mim.


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