quinta-feira, 2 de junho de 2011

FELIPE CATO

Felipe Cato

Após tanto caminhar por cem vales somente com a sombra da morte a me espreitar
Não estive nem perto de se quer pensar, de se quer sonhar em te encontrar
Eu e meus pés nem sequer estivemos perto da tua sombra
Então me deitei sob a sombra da dúvida para descansar.

Estive a te procurar para que você me ajude
A extirpar de dentro de mim essa vontade inexplicável de chorar
Para arrancar de dentro essa falta de explicação
Para arrancar com teu punhal essa dor no coração.

É algo que não sei explicar exatamente
É uma fera que me arranha por dentro lentamente
Um monstro mitológico que me devora
E mesmo que eu tente não consigo por pra fora.

Há um sentimento indescritível dentro de mim
Um sentimento de perda ou uma falta sem fim
Uma mistura de culpa com alegria sem medo
Ócio, tédio, uma serpente-marinha, uma lenda, um segredo.

Algo que não é meu, mas que me pertence
Algo bonito, louco, surreal, algo Josette Lassance
Uma fúria que se mistura com uma paz angelical
Luxúria, amor sexual, desejo carnal.

Apesar de tanto não sei ao exato o que sinto
Sei que sinto e por isso não minto
Sei que este recinto precisa de você
Preciso entender que não irei enlouquecer.

Preciso que carinhosamente me enfie o dedo goela abaixo
Para que eu possa exorcizar isso tudo de mim
Para que eu possa cuspir isso de volta no prato
E feliz depois poder cantar como Elis, Ney ou um dos meus Felipe Cato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário