domingo, 18 de setembro de 2011

CÃES DE ALUGUEL

Cães de Aluguel

Meus olhos acompanham as luzes da cidade
E famintos devoram toda a eletricidade
E tua boca em silêncio me dava boas vindas
E tua febre incendiava minhas asas
E eu desfalecia em teus braços de abismos
Crente de que a nossa sã hemorragia não nos mataria
Quando me encontrei na sanguinária luta
Meus braços que te protegiam
Eram os mesmos que apunhalavam outros peitos
E nossas mãos em gestos de adoração
Imploravam súbitas canções
Os cães guardam os portões
Mas quem guarda os cães?
E durante a árdua batalha
Em que eu protegia as tuas costas
Repentinamente te viraste contra mim
Lentamente me olhaste olhos nos olhos
Subitamente molhastes os teus lábios
E verdadeiramente me destes um beijo sincero
Eu te apertei contra o meu peito
E todo o inferno a nossa volta se desfez
Era a nossa vez
E fui tirando os pés do chão
E fui sendo possuído por tuas vontades
Fui consumindo a eletricidade, a verdade
Até estar totalmente mergulhado em nuvens
O teu espirito tem um dom
E é bom
E me conduz hipnotizado pelo som
Até acordar pra descobrir que era sonho.

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