segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O CARA

O cara

Minha cara,
Não aponte o dedo
Na minha cara
Como se aponta
O dedo na cara
Do culpado
Como se aponta
O revolver
Na cara do refém.

Minha cara
Eu estou lhe dando
Minha cara à tapa
Pois senão
Eu fico com cara de tacho
Depois que passa
A procissão
Eu fico com a cara
No chão
Com cara
De cachorro pidão.

Minha cara
Quando eu passo
Todos dizem
Lá vai o cara
Que é só mais um
Só mais um cara
O cara da foto
Um cara normal.

Mas se me disseram
Que tudo o que eu quiser
O cara lá de cima vai me dar
Mas para o que quero
Tenho pressa
Não tem preço
É muito caro
Eu quero amor
Pra recomeçar
Como o Frejat
Como o Cazuza
Eu quero ser o teu cara
Minha cara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário