quinta-feira, 5 de julho de 2012

A BAILARINA ESQUIZOFRÊNICA

A Bailarina Esquizofrênica

Existe também uma beleza profunda na loucura
E é a cura para todas as precipitações
O medo de voar não está no vôo em si
Está na queda.

O amor é bom acima de todas as coisas
Mas o fracasso de um amor fraco
É um perfume ruim
Em um belo frasco.

Uma moldura dourada não salvará
Uma pintura ruim
É preciso moldar os olhos de quem a admira
É preciso fazer a outra desejar.

Você precisa conhecer seu limite
Você precisa se descontrolar
Anjo, venha anjo
Anjo do abismo sedento por nuvens.

Carinhoso como a nuvem macia carregada de raios
Como o desejo resposta das unhas na carne
Autoflagele essa tua carne linda e pecadora
Como se só você conhecesse o seu toque.

Eu não preciso de pernas se tenho asas
E se tenho asas eu posso voar
Eu posso ir do inferno às estrelas
E fazer minha cama na espuma do mar.

O que você fará após a perfeição
A perfeição é o número zero
É quando você volta ao inicio de si mesmo
É a serpente que engole o próprio rabo.

Num pliée em que você desmorona
Você é amparada nos braços da rejeição
Dê tudo de si e roube dos outros pra dar mais
Os olhos são os inimigos do coração.

Deixe ser possuída pelo anjo negro da morte
O anjo vingador de duas faces
Deixe esse teu corpo branco ser devorado
Por todos os demônios famintos.

Balance seu corpo no ar como se orquestrasse o vento
Deixe a raiva te possuir
Deixe o ódio te violentar
Mas nunca perca o sorriso.

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