sábado, 27 de fevereiro de 2010

CANÇÃO DE MIM

Canção de mim

Sou assim mesmo meio inseguro
Mas se me agarro em ti
Penso no futuro
Não te largo e pulo
Para o teu lado do muro.

Sou assim mesmo meio inconstante
Mas se te tenho uma vez
Vou te querer a todo instante
Pois esse teu bastante
Pra mim é pouco.

Sei que às vezes pareço louco
Mas ser louco para mim
É algo tão normal
Ser normal pra mim é pouco
Eu bebo pra ficar bêbado
Eu grito pra ficar rouco.

Por favor entenda
Sou melhor que encomenda
Os melhores perfumes em frascos pequenos
Belas embalagens para os piores venenos.

Enquanto todos querem um lugar ao sol
Eu preparo o nosso ninho na sombra
Eu vou sair pra lutar, mas rezo pra quando eu chegar
Meu adversário não estar lá.

É meu ócio criativo
De uma vida tão errada
As flores mais bonitas
Crescem ao redor da privada.

SAMBA MAGNÉTICO

Samba Magnético

O teu sambar morena me atrai
E me distrai me deixa louco
Pois se te vejo a sambar assim
Bagunça em mim
Para meu fim
Já falta pouco.

O teu sambar me captura
Uma loucura
Penso em fugir
Fico sem direção
Me faz voar vou levitar
Junto às asas da imaginação.

O teu sambar desafia
Todos os preceitos da ciência
Primeiro a química depois a física
E o final até eu já sei
Me captura com o teu olhar
De impressionar até Faraday.

E assim transforma toda fera num animal doméstico
E pôe abaixo todo meu barraco
Esse samba teu magnético
Esse sambar morena tão poético.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

FEBRE

Febre

Eu tive febre esta noite e até a manhã ela não havia passado
Não tomei remédios pois remédios me dão sono
Não assisti TV pois TV em nada me agrada
Apenas deitei e fiquei observando a noite pela janela.

O frio era intenso mas me vesti com duas camisas e calça
E encolhido debaixo do lençol me preocupava em manter meus pés aquecidos
Não fiquei querendo que amanhecesse logo apenas esperei
E ficava desenhando formas no escuro com meus olhos semicerrados.

Um animal felino me fez companhia na cama como se adivinhasse minha enfermidade
Mas egoísta ainda assim apenas deitou e esperou meus carinhos
Mas eu não estava em busca de nenhuma satisfação e assim não lhe cobrei atenção
Apenas fiquei observando a noite enquanto acariciava a fêmea egoísta.

Deixei os órgãos cantarem na minha cabeça a valsa eterna da solidão da má companhia
Até amanhecer fiquei observando as paredes sem exatamente saber se haviam paredes
E aquele fogo frio me acalentou até a manhã fria do dia seguinte
E pela manhã não teve jeito tive que tomar remédios e ir ao médico.

O sol virá trazer a paz e de samba irá encher os corações
Estou limpo e pronto pra mais uma.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O QUE DIZER?

O que dizer?

O que dizer?
Se mil poemas não bastaram
Nem os rocks ou os sambas
Nem mil frases de amor
Ditas em meio a um filme de terror.

E o que me resta?
Se tua alma vive em festa
E eu acompanhado da solidão
Tentava ir em sua direção
Mas caminhava na contramão.

O que faço agora?
Se fui ator o palhaço trovador
O astronauta man on the moon
A terra é azul
O que faço doutor?

Acabou?
O que passa na tua cabeça?
Será que pensa em mim?
Será que pensa?
Pensa!

Mas ainda assim foi incrível
Eu era o herói quando não estavas
Eu era indestrutível
Domava as feras no olhar
Cavalgava os cavalos-marinhos
E buscava as estrelas-do-mar.

Derrotei o dono do céu
Para dar mil beijos na lua
Bebi vinho no meio da rua
Se lilás teu vestido e teu véu.

Fui o santo crucificado
Passei horas de agonia
E para amar teu amor complicado
Ressuscitei ao terceiro dia
E vivi esta fantasia.

Ora, pois tudo foi cinema
E esse filme chegou ao fim
O que me resta são as cicatrizes
E por isso não foi tão ruim.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

EU QUERO É PASSAR MAL

Eu quero é passar mal

Eu quero é o inferno
Nada de céu
Nada de calmaria
Eu quero é o escarcéu
Viva a tempestade
Nada de bonança
Viva o alarde
Acorde a vizinhança.

Nada de moderno
Eu quero o defasado
O antiquado
O quadrado
Merda de silêncio
Eu quero é carnaval
Chega de remédio
Eu quero é passar mal.

Chega de cura
Eu quero a doença
Eu quero o veneno
A descrença
Eu quero a chuva
Chega de sol
Eu quero é violência
Chega de futebol.

Nada simples
Quero complicar
Vim pra destruir
Matar, empilhar
Oh merda de felicidade
Eu quero é maldade
Chega de paz espiritual
Eu quero é passar mal.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MIS SIMPATIA

Miss Simpatia

Ela dança a criança que balança inocente como se não houvesse fim
Ela olha e lança como lança o olhar atingindo assim a mim
Ela gira e vai e volta e vira pôe e tira e se atira em braços que não são meus
E deseja e beija com a mesma boca que pragueja se esse beijo for de adeus.

E eu atento a todo movimento a cada momento são colírios para meus olhos famintos
Eu espero mas o que realmente quero e ir até lá arrancar-te dos braços alheios
Tudo o que eu queria era somente tua mente mas de quebra uma lambida nos teus seios
Ora pois se não deixarei meu desejo a falar por mim se assim não haverá outros meios.

Perdoe minha investida mas minha cara estás vestida com o convite para um doce carnaval
Minha cara minha bárbara doença minha cruel sentença de me afundar em tua crença
E se eu te arrancasse um beijo agora como reagiria o que diria com a boca ocupada
Sinto lhe dizer mas anda inevitável se vou onde estás e somente estás onde vou.

É Miss Simpatia quem sabe um dia a gente se encontra por aí
Quem sabe dessa vez eu resolva não fugir
Você não notou mas estou a me despedir
Como funciona a mágica se todas as outras tem um pouco de ti.

Ainda assim a música continua e os olhares a despi-la semi-nua
Mas ela displicente e inconsciente não percebe que todos só querem dançar
E imagina sexo a dois depois das três doses não importa o lugar
Não importa com quem seja mas que seja esquecido no adeus.

Sempre te vi mas nunca a dançar
E a cena é tão perfeita que em mim brotou novamente o desejo louco
Que pouco a pouco vai consumindo a sanidade e as palavras certas na hora certa
São bobagens sempre o que sai da minha mente-porta-aberta.

Até
Miss Simpatia
Quem sabe
Um dia
Você resolva esbanjar
Tantos sorrisos para mim
Ou quem sabe apenas me escutar
Pois tenho muito a falar.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

QUEM DESDENHA...

Quem desdenha...

Eu sei que ainda sentes a minha falta
E sentes que falta o meu pau dentro de ti
Eu sei que te sentes só
E por ser tão só se masturba pra mim
Eu sei que ainda tens saudades
Das minhas mentiras
Por isso te atiras
Em falsas verdades
Eu sei que enfeitaste a fachada da tua casa com flores
Imaginando eu a dá-las pra ti
Ora, pois se não sei que ainda brigas e ficas com raiva
Quando merecidamente te desmereço, na frente de todos
E tentas me atingir com ciúmes
E finjo ciúmes pra você sorrir
Só eu sei o quanto falas de mim por aí
Mas finges tão mal, puta que o pariu
Psicologia infantil
Ora meu bem
Esse teu desdém é apenas fachada
Eu sei no fundo sentes minha falta
E traz à tona quando bebes e ficas alta
Falo a verdade, eu sinto saudades
De quando dizias ser minha vadia
Deveria ver tua cara agora
Sorri amarelo por fora
Mas por dentro chora
E ainda passas pela praça
Até acho graça
Se me olha e se vira
Desvia o caminho
Muda de lugar
Só pra não lembrar
Mas eu te conheço
Eu sei o teu preço
E sei que quando desdenhas
É quando queres comprar.